FileMaker Pro 13: um banco de dados que não exige conhecimentos técnicos
Por Pedro Cipoli | 06 de Dezembro de 2013 às 14h10
Embora relativamente desconhecido para o público em geral, o FileMaker, fabricado pela Apple, é um dos sistemas de banco de dados mais utilizados do mundo. Ele funciona como um banco de dados relacional comum, como o MySQL, mas traz o diferencial de ter uma podersa interface gráfica que facilita – e muito – a modelagem e manipulação de dados. Com ela não é necessário ter conhecimentos avançados de banco de dados para criar um poderoso e eficiente, mas nem por isso ele deixa a desejar em recursos.
Vamos conhecer a versão 13 do programa, destacando as principais novidades dessa versão rodando em uma máquina equipada com o Windows 7 (há também uma versão para Mac OS, mas não para Linux).
Melhorias de design e otimizações de interface
Embora seja uma aproximação bastante simplista, a modelagem de um banco de dados relacional é, basicamente, relacionar várias tabelas visando à otimização e integridade de dados. O FileMaker faz todo esse trabalho por você, deixando-o livre para criar o layout que preferir, permitindo que o usuário literalmente desenhe os campos e atribua o tipo de dado a eles.
Após a criação de todos os campos (Nome, CPF e assim por diante), é possível customizar a interface com uma série de temas, agora com muito mais opções na versão 13.
Outro ponto que observamos foi a inclusão do Field Picker por padrão no Edit Mode, juntamente com o Inspector, o que facilita bastante a criação de novos campos. Na versão 12, era muito comum usuários irem até "File - Manage - Database", para incluir novos campos e configurá-los posteriormente.
Reforço da segurança
Se você utiliza o FileMaker para criar um banco de dados simples e sem dados importantes, até não tem problema os dados ficarem expostos. O problema é que, dependendo do formato que ele é salvo, qualquer editor de planilhas pode abrí-lo e dar uma "fuçada" nesses dados, o que pode ser comprometedor caso eles contenham informações importantes (como uma tabela de orçamentos, por exemplo).
O FileMaker 13 agora conta com um sistema de criptografia AES de 256 bits, recurso ainda mais essencial para a versão Server, na qual vários usuários possuem acesso aos dados. A implementação é bastante simples. Basta ir em "Manage" e em seguida em "Security" e atribuir permissões e senhas para cada usuário.
iPad e iPhone
Nossos testes foram realizados na versão desktop do programa, mas há uma versão para iPhone e outra para iPad que permitem a manipulação remota dos dados, o FileMaker Go. O banco de dados é o mesmo, e não uma versão para iOS, e toda a manipulação feita nos iDevices é atualizada no computador onde o FileMaker 13 está instalado, tudo através de uma conexão segura.
Naturalmente, a versão para iOS não é tão rica em funções quanto a versão desktop, mas permite mudanças pontuais, o que é ideal para utilizar como controle de estoque, sendo apenas um dos muitos casos possíveis. Na versão 13 há uma atualização do teclado virtual, uma nova interface e outras mudanças mais locais. Não há uma versão para Android ou Windows Phone.
Outros detalhes
Alguns mudanças são mais sutis, um detalhe ou outro. Percebemos um menor consumo de recursos no FileMaker 13 em relação à versão 12, uma boa notícia para computadores mais antigos. Testamos a versão 13 em uma máquina até parruda, mas podemos dizer, com alguma segurança, que qualquer configuração que inclua um processador de dois núcleos e 2 GB de memória RAM já é suficiente para rodá-lo sem problemas, e não há necessidade de uma placa de vídeo potente, já que ele pouco usa gráficos.
Outro ponto é o gerenciamento mais organizado de scripts, essenciais para otimizações quando o banco de dados estiver maior. Basta criar o script, salvá-lo e agendar a sua execução, suportando inclusive macros.
Vale o upgrade?
Temos uma questão delicada aqui. São mais de 50 recursos adicionados, incluindo uma ligeira melhoria de performance e polimento geral da interface. Porém, o FileMaker 13 não traz tantas modificações como a aconteceu entre as versões 11 e 12, em que o programa foi praticamente reescrito, e o valor de upgrade não é tão acessível, saindo por US$ 205 para usuários do FileMaker 10, 11 ou 12.
Recomendamos colocar uma versão ao lado da outra e ver se os novos recursos valerão o investimento, situação que muda de caso para caso. Melhorias de performance não são tão significativas para quem já possui uma máquina mais avançada, assim como algumas melhorias não necessariamente vão tornar o uso mais produtivo. Porém, do outro lado da moeda, é importante considerar que a versão mais recente sempre traz um suporte melhor, além de uma necessidade de uma curva de aprendizado menor.
Conclusão
Para o usuário comum, utilizar um banco de dados não é totalmente necessário per se. A escolha de se utilizar um é mais uma questão de conveniência, já que eles são robustos e menos sujeitos a falhas. No caso do FileMaker, não precisar saber conceitos avançados de banco de dados ou mesmo de programação para executar scripts é um ponto fortíssimo em seu favor, fazendo com que qualquer usuário consiga utilizá-lo com maestria em poucas horas de aprendizado.
O FileMaker 13 vem com várias mudanças em relação à versão anterior, ainda que muitas delas sejam questionáveis para quem pretende fazer o upgrade. Para quem for adquirí-lo pela primeira vez, vale a pena, já que o usuário começará a utilizá-lo com bastante facilidade, apesar do alto valor da licença:
- US$ 376 (cerca de R$ 800) para a opção de compra única;
- US$ 11 (aproximadamente R$ 25) para a opção de licença mensal.
Vantagens
- Produto completo, com todas as funções esperadas de um banco de dados;
- Modelagem simples, eficiente e fácil de utilizar, não exigindo conhecimentos técnicos do usuário;
- Robustez e flexibilidade ao armazenar dados.
Desvantagens
- Valor de licença alto, o que pode desencorajar quem se interessou pelo produto;
- Não há uma versão do FileMaker Go para Android ou Windows Phone.