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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 6): os "diferentões"

Por| 04 de Setembro de 2016 às 15h00

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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 6): os "diferentões"
Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 6): os "diferentões"

Cada uma das partes anteriores desse artigo trazem algo de diferente, então por que reservando essa parte para os "diferentões"? Pois cada um dos recursos diferentes que mostramos foram abordados por diversas empresas diferentes. Por mais que cada uma das partes conte com somente meia dúzia de exemplo (principais), o número de outros exemplos é enorme, merecendo, assim, partes dedicadas exclusivamente a eles. Os modelos que vamos ver nessa parte ainda têm poucos representantes como exemplo.

E por que isso acontece? Por dois motivos principais. O primeiro é que um novo recurso ou tecnologia, depois que um primeiro representante aparece, demora para se desenvolver (considerando a escala de tempo de tecnologia, claro), já que concorrentes só anunciam novos modelos quando a concorrência faz sentido. Anunciar um certo recurso só porque um concorrente o trás mais atrapalha do que ajuda, em especial quando não traz nada de diferente. Foi o caso do sensor de impressões digitais do Galaxy S5, que foi implementado às pressas depois de a Apple ter colocado um no iPhone 5s, e ele só foi corrigido no Galaxy S6.

Outro ponto é que inovar é caro. Mesmo que se use uma tecnologia já existente, isso não significa que será fácil, ou mesmo barato, implementá-lo em outro lugar. É o caso do zoom óptico em smartphones, por exemplo. E o pior: mesmo que uma nova tecnologia funciona, isso não significa que ela trará um retorno de investimento para a empresa, já que pode até funcionar corretamente, mas não "pegar". Dependendo do tipo de nova tecnologia, isso pode representar um investimento de bilhões. Isso sem a certeza de que ela chegará mesmo a se pagar, quanto mais gerar lucro, como é o caso do Optimus 3D que veremos a seguir.

Telas 3D?

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O que era o Optimus 3D? Um dos primeiros smartphones do mundo a trazer uma tela 3D, isso sem necessitar de óculos.Inclusive, era capaz de tirar fotos em 3D. Bacana, não? Seu desempenho não era lá essas coisas (mesmo para a época) com seu SoC Texas Instruments OMAP4430 (que sumiu do mercado), um sistema de som bacana e um preço alto, mas não absurdo. Por que a LG não fez uma segunda versão dele? Pois ele falhou em conquistar o público, isso com uma quase completa ausência de concorrentes.

Uma ideia bacana, mas que funciona somente em um smartphone, de uma marca e com uso bem reduzido.

Grande parte do sucesso (ou do fracasso) de uma nova tecnologia se deve à sua possibilidade de replicação, já que pouco adiante oferecer uma inovação com uso restrito. Basicamente, a LG anunciou sua tela 3D com pouquíssimas implementações e, mesmo que os usuários e desenvolvedores criassem recursos para ela, eles funcionariam somente no Optimus 3D. Um recurso legal, mas com pouco aplicação prática. Com exceção da Apple, que controla o hardware e o software, novidades que funcionam em somente uma marca não vão muito longe. Qualquer semelhança com o LG G5 não é mera coincidência.

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Os modulares

Independentemente da configuração, qualidade de tela, de câmera ou de qualquer outro ponto, o principal argumento de venda do G5 (e seu patético irmão G5 SE) é a sua modularidade. Duas críticas aqui. A primeira é que a forma como ele é implementado não é das mais, digamos, simples. O usuário não somente deve deixar a parte interna do aparelho exposta, e relatos sobre defeitos aparecendo em pouco tempo de uso aparecem com frequência. Mas, principalmente, pelas travas, que darão problema eventualmente.

A LG fez algo de diferente do famosos "refresh de specs", mas de uma forma questionável.

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O segundo ponto é exatamente o fato que esses módulos funcionam única e exclusivamente no G5. Considerando que todos os módulos elevam o preço do aparelho a patamares bem altos (passando de R$ 8000 no Brasil), trata-se de um investimento e tanto para não poder reaproveitar esses módulos caso troque de aparelho (ou este apresente defeito). Essa é a forma de implementar a modularidade em smartphones? Cada aparelho específico terá seu próprio conjunto de módulos?

A abordagem modular do Moto Z é melhor do que a do G5, mas, ainda assim, está restrita a somente um aparelho.

Nesse sentido, preferimos mais a abordagem da Motorola/Lenovo no Moto Z com os Snaps. Elimina o primeiro problema que mencionamos acima, já que não torturam o aparelho na hora de instalar/remover esses módulos, o que dá muto mais confiança para o usuário que está disposto a investir um valor considerável nos módulos. Porém, não resolve o segundo problema: não pode ser replicado. Pode ser que a Motorola crie aparelhos futuros que se comunicam com os Snaps. Mas, ainda assim, ficaria restrito somente a uma marca.

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Se o ARA chegar com tudo o que está prometendo, e sendo um padrão aberto, com certeza termos uma revolução no segmento de smartphones.

E é exatamente por isso que há tanto interesse em torno do projeto ARA, cada vez mais perto da realidade nos dias pares, cada vez mais longe nos dias ímpares. Talvez ele seja o passo correto em relação à modularidade, e o fato de estarmos falando sobre ele durante tanto tempo indica que o Google ainda não chegou em um modelo final compatível com qualquer fabricante que queira implementar os módulos. Mesmo porque, se ele não puder ser replicado, seria somente mais uma solução de modularidade.

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O poder de escolha passa para o usuário, que pode priorizar o recurso que bem entender independentemente das escolhas dos fabricantes.

Aliás, o ARA representa (em teoria) uma modularidade de fato. Tanto o G5 quanto o Moto Z permitem uma margem pequena customização, basicamente adicionando recursos extras a um aparelho fixo. Componentes como bateria, processador, tela e câmera são exatamente os mesmos independentemente dos módulos. Ambos permitem adicionar novos recursos (como o módulo B&O do G5 e o Snap JBL do Moto Z), mas os aparelhos continuam, em última análise, exatamente os mesmos.

Essa modularidade vai na contramão na estratégia de muitos fabricantes, que criam modelos cada vez mais finos e pouco customizáveis (além de mais difícil de serem consertados, caso apresentem defeitos). O melhor exemplo disso é, naturalmente, o iPhone, que curiosamente retirará recursos em vez de adicionar se os rumores da ausência de fones de ouvido estiver correta. O Moto Z não é muito diferente nesse sentido, já que retirou a entrada P3 ao mesmo tempo em que, curiosamente, tem um módulo de áudio JBL. Os fabricantes guiam os recursos que o usuário utilizará.

O ARA inverte essa lógica - em teoria, já que ele não foi anunciado ainda. O usuário passa a ter a opção de customizar os recursos que bem entender. Não liga tanto para o processador e quer a melhor câmera possível? Basta comprar os módulos compatíveis. Quer um smartphone voltado para jogos? Basta priorizar o SoC e a bateria. O fabricante perder o poder de vender um smartphone completo com preços altos e passa a ter que oferecer os melhores módulos possíveis para conquistar o usuário. O poder de escolha passa a ser do usuário.

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Pois bem, agora temos os principais smartphones que inovam em áreas particulares. Tela E-Ink, cameraphones, super luxuosos, focados em segurança, baterias maiores que as de tablets e, agora, modularidade. Na próxima parte deste artigo - a conclusão - vamos tentar montar nosso monstro de Frankenstein ideal juntando os experimentos realizados nos aparelhos. Como seria um aparelho desses?