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Câmeras de celular: evolução que vai muito além dos megapixels

Por| 27 de Maio de 2016 às 20h11

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Câmeras de celular: evolução que vai muito além dos megapixels
Câmeras de celular: evolução que vai muito além dos megapixels

Há uma pequena discussão sobre qual teria sido de fato o primeiro telefone celular equipado com uma câmera. Há quem diga que quem ocupa este posto é o SCH-V200, da Samsung, lançado na Coreia do Sul em junho de 2000; contudo, o J-SH04, aparelho desenvolvido pela Sharp e lançado no Japão pela J-Phone (atual SoftBank Mobile) em novembro de 2000, também é por vezes reconhecido como o primeiro do gênero.

De fato, quase ninguém duvida que o ano 2000, o último do século 20, foi o que nos apresentou a esta nova modalidade de fotografia. O avanço tecnológico experimentado nestes últimos 16 anos transformou as câmeras de aparelhos celulares de meros acessórios extras a itens obrigatórios e avançados, superando com folga as câmeras compactas básicas disponíveis no mercado.

Para Renato Citrini, gerente sênior de produto da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, este passo adiante por parte das câmeras tem origem na “evolução da tecnologia que permitiu embutir [nos portáteis] equipamentos menores sem perda de qualidade, com o uso de componentes cada vez menores e consumindo menos energia”.

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SCH-V200: um dos primeiros celulares com câmera do mundo. (Foto: Divulgação/Samsung)

Aumenta a quantidade de pixels

O SCH-V200 produzia imagens de no máximo 0,35 megapixels, enquanto o J-SH04 era ainda pior: fazia fotos de no máximo 0,11 MP. O aparelho da Sharp/J-Phone saía na frente por permitir o envio das imagens de maneira digital, mas, convenhamos, isso não era exatamente um grande diferencial em uma época em que apenas outros modelos do mesmo gadget poderiam receber as fotografias. Em 2004, chega ao mercado o primeiro aparelho a ultrapassar a barreira de 1 megapixel de resolução: o Audiovox PM8920, que registrava fotografias de até 1,3 MP (resolução 1.280 x 960).

A Nokia teve um papel decisivo no avanço das câmeras de celular com o lançamento do N90, em 2005. Este é provavelmente o primeiro grande celular com câmera do mundo: 2 MP, lente Carl Zeiss, flash de LED e autofoco, algo absurdamente revolucionário para a época (ainda mais para um aparelho com flip que mais parecia um cubo mágico). Para competir de frente com os finlandeses no mundo das câmeras, nada melhor do que os japoneses: a Sony lançou em 2006 o Sony Ericsson K800i, com a marca CyberShot (das câmeras da empresa), 3,2 megapixels, autofoco, sistema de estabilização de imagem e flash de Xenon.

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A Nokia entra no jogo com o N90. (Foto: Divulgação/Nokia)

Obviamente que o duelo entre ambas seguiu por alguns anos, mas a pioneira Samsung estava pronta para voltar à baila e, em 2008, lançou o i8510, vulgo INNOV8, com câmera de 8 megapixels e aquele flip estilo Matrix, com um visual semelhante ao da linha N, da Nokia. Ainda em 2008, a LG entrava com tudo lançamento o LG Renoir (KC910), o primeiro telefone com câmera de 8 megapixels e tela sensível ao toque.

A partir de então, a coisa nunca mais parou. O iPhone, que chegou em junho de 2007 com 2 megapixels, ajudou a incrementar a popularização dos smartphones, que cada vez mais introduziram novidades às câmeras.

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Softwares no apoio

Aos poucos, as fabricantes começaram a introduzir softwares com recursos especiais para lidar com a câmera de seus dispositivos. Nesse âmbito, podemos citar as funções de foto panorâmica ou de passagem de tempo presentes em muitos gadgets, ou, de forma ainda mais específica, modos como o Photo Sphere, do Google, o Live Photo, da Apple, e o Time Shift, da BlackBerry.

Além das fabricantes, muitos desenvolvedores passaram a criar ferramentas independentes para incrementar as suas fotos, o que também merece uma citação especial na linha evolutiva das câmeras. Assim, aplicativos que permitem controle de ajustes e aplicam filtros, muitas vezes em tempo real, também contribuem para o avanço destes dispositivos.

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Atualmente, os smartphones já ultrapassaram aquelas câmeras mais básicas quando o assunto é fotografia e, na opinião do executivo da Samsung, a principal barreira evolutiva que impede a superação de dispositivos profissionais e semiprofissionais é uma questão física. “Os smartphones já bateram as câmeras compactas, mas as semi ou profissionais, nas quais é possível realizar uma série de ajustes detalhados e trocar lentes, ainda não. Há aí uma limitação física”, defende Citrini, ponderando, contudo, que a evolução dos softwares ajuda a reduzir esta distância.

LG Renoir foi o primeiro celular com tela sensível ao toque a ter câmera de 8 MP. (Foto: Divulgação/LG)

Em suma, vai ser difícil ver um smartphone oferecendo as mesmas possibilidades de uma câmera DSLR, mas eles já são suficientemente competentes para chegar perto disso e funcionarem como a câmera principal da maioria das pessoas, suprindo até mais do que as necessidades básicas.

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Neste sentido, podemos citar a técnica de Grande Alcance Dinâmico, ou HDR (sigla em inglês para High Dynamic Range), inserida pela primeira vez no iPhone 4s e depois popularizada para outros aparelhos, que realiza processamento das imagens após a captura, combinando duas ou três delas a fim de obter a melhor relação entre luz e sombra. Outro nome que vale destaque é o recurso Dual Pixel, do Galaxy S7/S7 Edge, que equipa cada pixel com dois fotodiodos em vez de apenas um, garantindo mais precisão e velocidade ao foco.

Muito além dos megapixels

Até hoje em dia é comum ver propaganda de câmeras e de smartphones dando um grande destaque à quantidade de megapixels de um sensor, mas é bem provável que você já saiba que este não é um detalhe crucial em uma boa câmera — especialmente se a sua intenção não é fotografar para realizar impressões gigantes.

“Quantidade de pixel não é o mais importante”, defende o executivo da Samsung. “É preciso levar em conta também o tamanho da abertura do diafragma, que permite registros melhores em ambientes pouco iluminados”, e é este, talvez, um dos principais avanços registrados nos últimos anos. Com a evolução dos sensores das câmeras, as fabricantes compreenderam também que o ideal é que os pixels sejam grandes, portanto, melhores.

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Assim, a ampliação da abertura e o aumento do tamanho dos sensores permite que uma quantidade razoável de pixels dê conta do recado. Isso porque pixels pequenos normalmente causam mais ruídos, enquanto sensores maiores combinados com aberturas mais amplas permitem pixels maiores e que deixam passar mais luz.

Cada pixel da câmera do Galaxy S7 apresenta dois fotodiodos, aumentando ainda mais a precisão e a velocidade do foco. (Foto: Reprodução/Samsung)

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O resultado disso é a existência câmeras com “poucos” megapixels, mas muito competentes. Se você reparar em alguns dos gadgets com as melhores câmeras da atualidade, suas câmeras quase não passam de 12 megapixels. Contudo, aparelhos como iPhone 6S Plus e Galaxy S7 Edge apresentam, respectivamente, abertura de f/2.2 e f/1.7 — neste caso, quanto menor o número, maior a abertura. E mesmo gadgets que abusam dos megapixels, como o Lumia 950 XL, também apostam em aberturas de diafragma mais amplas (neste caso, f/1.9).

O futuro é logo ali

A tendência do futuro é, obviamente, a evolução, com o surgimento de smartphones com duas câmeras traseiras, gadgets mais adaptados às capturas de ação e à produção de conteúdo tridimensional, algo que já foi tentado em outras épocas, mas que nunca encontrou uma demanda real no público.

Com a ampliação de dispositivos de realidade virtual e suporte para vídeos em 360°, é de se imaginar que o mercado de câmeras para smartphones também fique de olho nestas novas possibilidades, implementando dispositivos para registro de fotos e vídeos ainda mais potentes para você carregar no bolso.