Game of Thrones volta como reintrodução ao seu universo e com um grande gancho
Por Gustavo Rodrigues | 25 de Abril de 2016 às 16h40
Game of Thrones tem na sexta temporada um grande peso: a "morte" de Jon Snow (Kit Harrington). Este foi o grande momento da última season finale, talvez o maior do quinto ano da série, e gerou curiosidade dos fãs durante os meses seguintes de gravação, tornando o destino do personagem o mistério a ganhar milhares de teorias. Como o primeiro episódio já apresentou, o ex-Senhor Comandante da Patrulha da Noite deve voltar à vida, mas quantos capítulos serão necessários para isso? Apostaria que até o quarto.
SPOILER ALERT: O texto abaixo pode conter spoilers para quem não viu o primeiro episódio da Sexta Temporada de Game of Thrones.
Entretanto, não se resume apenas à grande indagação do Castelo Negro os desafios de Game of Thrones a partir do sexto ano. A série não tem mais material original para se basear, já que George R. R. Martin não lançou mais nenhum livro depois de Dança dos Dragões, tornando tudo que a adaptação leva para a televisão conteúdo novo.
Mesmo que já existissem algumas diferenças entre as duas mídias, agora a adaptação ganha ainda mais atenção dos leitores de As Crônicas de Gelo e Fogo. Uma vez que a espera por novo material de leitura não tem uma data específica de término, os fãs dos livros que não davam tanta atenção à série televisiva querem saber o destino de seus personagens favoritos, tornando ainda mais complexa a visão deles dos eventos e criando um novo público-alvo aos produtores da HBO.
Este aspecto de produto novo refletiu em "The Red Woman", episódio de retorno da série. Mais do que continuar o que havia sido engatilhado na trama da quinta temporada, o capítulo se preocupa em apresentar quase todos os núcleos de Game of Thrones, deixando de lado apenas Bran (Isaac Hempstead Wright) e o Corvo de Três Olhos (Max von Sydow), que devem ganhar destaque a partir do próximo domingo.
Com um ritmo lento, o episódio fez um tour pelos núcleos para contextualizar qual seria o caminho dos personagens na sexta temporada. Com um desenvolvimento mais rápido e preciso, o conflito entre Sansa Stark (Sophie Turner) e Theon Greyjoy (Alfie Allen) versus o doentio Ramsay Bolton (Iwan Rheon) mostra quais são os próximos passos de ambos os lados, principalmente agora que Brienne (Gwendoline Christie) reencontrou sua protegida.
Enquanto isso, os outros núcleos se arrastaram ao mostrar o que está por vir. Dorne foi tomada por Ellaria Sand (Indira Varma) e as Serpentes de Areia, eliminando personagens rapidamente daquelas terras; Myrcella (Nell Tiger Free) havia sido a última a se encontrar com a morte por causa do veneno de Ellaria, tornando a raiva de Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Woldau) e Cersei (Lena Headey) o principal combustível para os próximos passos do casal; Tyrion (Peter Dinklage) reconhece a situação trágica de Meereen, enquanto Daenerys (Emilia Clarke) é raptada pelos Dothraki e tem seu destino decidido por eles. Arya (Maisie Willians) aparece rapidamente sofrendo com sua cegueira conforme é treinada em Braavos.
Mas é no Castelo Negro que o grande acontecimento do episódio ocorre — e eu não estou falando da confirmação de que existe uma possibilidade de Jon Snow voltar à vida. Enquanto Davos (Liam Cunningham) tenta estabelecer uma estratégia de como salvar o Bastardo de Winterfell e escapar vivo do local, ele aposta nos talentos de Melisandre (Carice van Houten), a personagem título do capítulo. Ela é o foco dos minutos finais que revela o seu verdadeiro eu ao ficar completamente nua, mostrando uma faceta desconhecida da feiticeira. Não é apenas uma mudança corpórea, aquilo é um reflexo de como a mente e, principalmente, a fé dela mudaram com os últimos acontecimentos.
Game of Thrones vai ao ar todo domingo às 22h pelo canal HBO.