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Whisper afasta funcionários e volta a negar que rastreia seus usuários

Por| 27 de Outubro de 2014 às 12h34

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Whisper afasta funcionários e volta a negar que rastreia seus usuários
Whisper afasta funcionários e volta a negar que rastreia seus usuários

O Whisper está envolvido no mais recente escândalo de privacidade e espionagem. Reconhecido como um dos principais aplicativos de troca anônima de mensagens e “segredos”, o app estaria atuando em uma prática exatamente oposta a essa, armazenando as informações trocadas entre seus usuários e rastreando sua localização. A denúncia foi feita pelo jornal The Guardian e, agora, a empresa diz ter afastado os funcionários responsáveis pela divulgação de informações supostamente falsas.

Desde que a matéria foi publicada, no início da última semana, a diretoria do Whisper tem permanecido praticamente quieta. Seu editor, Neetzan Zimmerman, bastante adepto do Twitter, se manteve calado por lá durante os últimos dias, quebrando o silêncio agora para afirmar que a companhia está tomando medidas para conter os danos e esclarecer todas as dúvidas que surgirem sobre suas práticas comerciais.

Ele já afirmou que considera a história “cheia de alegações falsas” e nega veementemente as acusações feitas pelo jornal britânico. Agora, a repercussão continua, com um número não divulgado de funcionários sendo afastados da companhia, além do lançamento de uma investigação interna para saber exatamente o que foi vazado para o jornal e de onde vieram as informações publicadas pelo veículo.

As coisas, porém, não permanecerão confidenciais por muito tempo. Em resposta à reportagem, a Comissão de Comércio do Senado dos Estados Unidos já intimou o Whisper a prestar esclarecimentos sobre o teor das acusações feitas pela imprensa, além de discutir seus métodos de criptografia e privacidade. Essa audiência deve acontecer em breve, segundo Zimmerman, e o Whisper está tão interessado quanto o próprio governo em deixar a questão em pratos limpos.

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Enquanto isso, porém, o Guardian continua provocando, solicitando que o responsável pelo app responda dez perguntas que devem ser realizadas pelo Comitê. As declarações do executivo foram publicadas online e mantêm o tom de negação de todas as declarações feitas até agora. Quem reproduziu o questionário foi o site Business Insider.

No documento, o Whisper afirma que o The Guardian conversou com gente que não está ligada ao departamento tecnológico da companhia, fazendo conjecturas e chegando a conclusões baseadas nas declarações de gente pouco envolvida com tais questões. Além disso, acusou o jornal de não informar às fontes sobre a realização de entrevistas e estar atuando baseando em conjecturas feitas pelas pessoas ouvidas para a reportagem.

Por outro lado, a empresa admitiu coletar os endereços IP das mensagens enviadas, mas mantê-los armazenados em seus sistemas por apenas sete dias por questões de segurança e exigências das autoridades. Além disso, disse que trabalha sim com geolocalização, como forma de exibir mensagens locais para outros usuários, mas que de maneira alguma armazena ou rastreia seus utilizadores por tais meios.

Parceria que foi por água abaixo

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A polêmica começou após a publicação de uma reportagem no dia 20 de outubro, pelo The Guardian. Nela, o jornal afirma ter estado em negociações com o Whisper para a montagem de uma parceria editorial que auxiliaria na busca geográfica de fontes para matérias, algo que interessou à direção do periódico. A questão é que isso seria feito a partir do rastreio de informações pessoais e de localização dos usuários, o que levou à denúncia.

Segundo o noticiário, o app possui um sistema de busca e localização dos autores das mensagens, que também permite ler as próprias comunicações. Mesmo aqueles que desativavam tais serviços continuavam a ser monitorados desta maneira, mas surgiam no sistema apenas de forma aproximada.

Na alegação mais grave, o The Guardian também afirma que Zimmerman e outros membros da diretoria do Whisper possuiriam uma equipe de acompanhamento de pessoas importantes, que poderia atuar como fontes para veículos ou contatos comerciais. Neste grupo estariam diretores de grandes empresas, militares, políticos e outros “VIPs”, que receberiam ainda mais atenção do sistema que seus usuários comuns.