Spotify cresce 30% e chega a 113 milhões de assinantes
Por Felipe Demartini |
O Spotify está começando a semana em clima de comemoração, após apresentar números de crescimento de usuários e, principalmente, de conversão para assinantes, muito acima das próprias expectativas. De acordo com a empresa, o crescimento nas assinaturas foi de 29% ao longo do último ano, com o terceiro trimestre de 2019 atingindo a marca de 113 milhões de pagantes pelo serviço de streaming musical.
Crescimento semelhante foi registrado, também, no total global de usuários. No terceiro trimestre de 2018, o serviço contava com 191 milhões de adeptos. Já no mesmo período desse ano, houve um aumento de 30% neste número, pulando para 248 milhões de usuários. Com isso, e aí vem o número que mais interessa para o Spotify, a empresa mantém uma taxa alta de conversão, com 45% de seus clientes sendo assinantes pagos.
Em seu relatório fiscal, a empresa atribuiu esse aumento acelerado aos planos com condições especiais para estudantes, que pagam mais barato, e pacotes familiares que permitem a adesão de diversos usuários a uma única assinatura. Esse último, inclusive, teria sido o responsável pelo amplo crescimento, principalmente depois que o serviço adicionou filtros parentais e mais ferramentas de controle sobre o que as crianças estão ouvindo.
Números altos também representam, claro, crescimento no faturamento. O Spotify registrou um receita total de US$ 1,9 bilhão no terceiro trimestre de 2019, um crescimento de 28% em relação às cifras do mesmo período do ano passado e 4% na comparação com o período anterior. Os novos assinantes também levaram a um lucro operacional de US$ 60 milhões, que contrasta com as perdas percebidas em relatórios anteriores.
Mesmo fechando no azul, o Spotify ainda afirma que os números positivos deste trimestre vêm de um trimestre atípico, em que os gastos com marketing de conteúdo original, licenciamento de artistas e pesquisa foram abaixo do esperado, enquanto a entrada de dinheiro também foi maior do que visualizada. No quarto trimestre, a expectativa é que uma queda volte a acontecer.
Para o período entre outubro e dezembro de 2019, a expectativa é de perdas que variam entre US$ 34 milhões e US$ 145 milhões, o que significa um retorno ao funcionamento “normal” da companhia ao em relação aos últimos períodos. Entretanto, a ideia é que esse movimento, pouco a pouco, será revertido, já que a expectativa é de crescimento no número de assinantes e um aumento na diferença entre os que usam a versão gratuita da plataforma daqueles que passam a optar pela edição paga.
O Spotify também aproveitou o relatório para se posicionar na comparação com os concorrentes, apontando, por exemplo, ter um ritmo de adesão de assinantes duas vezes mais rápido que o de seu principal rival, o Apple Music. O mesmo valeria para o engajamento com artistas e álbuns, enquanto a empresa enaltece a já bastante criticada existência de um plano gratuito. Para ela, essa é a grande porta de entrada para o serviço e responsável pelo crescimento acelerado.
Com isso, o relatório afirma que a companhia sueca trabalha em medidas para ampliar ainda mais essa taxa de retenção, de forma a agregar valor à plataforma, para que os utilizadores gratuitos vejam as vantagens de se tornarem assinantes. Um exemplo são os podcasts, com 14% de seus usuários (cerca de 35 milhões de pessoas) escutando um programa do tipo pelo menos uma vez no último trimestre. A funções de descoberta e sugestões de novos conteúdos do gênero no Spotify, bem como a facilidade no acesso a materiais desse tipo, vêm se tornando um grande fator para que os usuários permaneçam na versão paga do serviço.
O relatório também trouxe a notícia de que Barry McCarthy, diretor financeiro da companhia desde 2014, está deixando o cargo. Ele será substituído por Paul Vogel, que unificará essa posição à atual função que já desempenhava, que é a de relações com investidores.
O relatório parece ter feito bem ao mercado. As ações do Spotify, que já haviam fechado com alta de 1,57% na sexta-feira (25), em antecipação aos bons números divulgados agora, também devem iniciar a semana com viés de subida. Os papeis da empresa já operam, antes da abertura do pregão, com valorização de 7,9%.
Fonte: Spotify