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Activision-Blizzard tem faturamento recorde, mas demite 8% de seus funcionários

Por| 13 de Fevereiro de 2019 às 12h09

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Activision-Blizzard tem faturamento recorde, mas demite 8% de seus funcionários
Activision-Blizzard tem faturamento recorde, mas demite 8% de seus funcionários

A Activision-Blizzard anunciou, no final da tarde desta terça-feira (12), o maior faturamento de sua história, com um recorde de US$ 7,5 bilhões arrecadados ao longo de 2018. O número, entretanto, não foi suficiente para manter as engrenagens funcionando como estão e, conforme já havia sido citado antes em rumores e especulação, 8% dos funcionários da companhia estão sendo demitidos.

A onda de dispensas atinge quase 800 funcionários, principalmente na Blizzard, que é desenvolvedora de Overwatch, Hearthstone, Diablo e outros títulos consagrados. De acordo com o comunicado oficial da Activision, os setores de produção de jogos não devem ser atingidos pela reorganização, que recai sobre segmentos operacionais, de distribuição e, por incrível que pareça, e-Sports.

O CEO da companhia, Bobby Kotick, disse que, apesar de ter atingido os melhores resultados da história em 2018, o “pleno potencial” da Activision-Blizzard não foi alcançado ao longo de 2018 devido a vendas abaixo do esperado para alguns títulos e um declínio no número de jogadores em seus games de serviço. Foi isso que motivou a série de mudanças gerenciais que começa agora, com os funcionários demitidos recebendo bons acertos e pacotes de benefícios para os auxiliarem nessa difícil transição.

Em carta aberta aos funcionários, o presidente da Blizzard, J. Allen Brack, afirmou que algumas das equipes internas da empresa cresceram de forma desproporcional ao longo dos últimos anos, como forma de suportar o intenso movimento da companhia. Com a estagnação nos números, entretanto, é hora de cortar o excesso e reorganizar as equipes, principalmente nos EUA, onde ocorre o maior número de demissões.

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O relatório financeiro também afirma que a Blizzard não possui nenhum grande lançamento para 2019, além da já anunciada versão de Diablo para smartphones. Com isso, o diretor financeiro da Activision, Dennis Durkin, citou a performance da desenvolvedora como desapontadora, o que também levou às revisões nos números e reorganização interna, resultado nas dispensas de centenas de funcionários.

Chega a ser difícil entender como se dá a relação entre o maior lucro da história da Activision-Blizzard e uma onda de demissões desta magnitude, mas outros fatores disponíveis no relatório financeiro divulgado dão uma noção do que está acontecendo. De acordo com Kotick, o desempenho de grandes franquias como Call of Duty, Overwatch e Hearthstone vem desapontando aos executivos, principalmente quando o assunto são as microtransações. Destiny 2: Renegados também teve desempenho abaixo do esperado, o que levou até mesmo à separação entre a desenvolvedora Bungie e a distribuidora.

No relatório, a Activision comemorou o fato de Call of Duty ter sido, mais uma vez, a franquia de games mais vendida do mundo. Entretanto, disse também que os números totais do mais recente jogo, Black Ops IIII, são abaixo do esperado. Ele ultrapassou seu antecessor, Black Ops 3, em 40%, e também o título anterior, WWII, em cerca de 30%. Não foi o suficiente, apesar da expectativa ser de reversão desse panorama, com um aumento de 20% no número de jogadores previsto para 2019 enquanto iniciativas de e-Sports ganham força e ajudam a divulgar o título.

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Chega a ser irônico que a companhia fale em foco nos esportes digitais como arma para seguir em frente enquanto anuncia demissões no setor, mas é justamente esse o caminho. Além de Call of Duty, as comunidades competitivas de Overwatch, Hearthstone e Warcraft também devem receber mais foco. Além disso, a Activision pretende expandir em 20% sua força de desenvolvimento de jogos em 2019, justamente para dar mais atenção às franquias consagradas e que geram dividendos.

Outros lançamentos, como o remake de Crash Team Racing e Sekiro: Shadows Die Twice, da From Software, também devem ajudar a alavancar os resultados neste ano, assim como a tradicional chegada de um novo Call of Duty, no quarto trimestre. O relatório confirmou duas informações: a já esperada de que o desenvolvimento da vez estará nas mãos da Infinity Ward (de Modern Warfare); e outra comemorada, com o título voltando a contar com uma campanha single player.

As notícias cheias de tons negativos, claro, caíram como uma bomba não apenas entre a comunidade de jogadores, que criticou a empresa pelas demissões ao mesmo tempo em que, no mesmo relatório, a Activision-Blizzard também citou milhões de dólares pagos em bônus a executivos. O mercado também reagiu mal, com as ações caindo cerca de 5% após o pregão desta terça. Elas chegaram a recuperar valor nas primeiras horas desta quarta (13) e, no momento em que esta reportagem é escrita, operam com alta de 3,8%.

Fonte: GamesIndustry