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Facebook mudou termos de uso quatro meses após estudo sobre emoções dos usuários

Por| 01 de Julho de 2014 às 17h55

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Facebook mudou termos de uso quatro meses após estudo sobre emoções dos usuários
Facebook mudou termos de uso quatro meses após estudo sobre emoções dos usuários
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A pesquisa realizada pelo Facebook e divulgada na edição de março da revista Proceedings sobre a manipulação de informações na timeline de 689.003 usuários do Facebook está causando polêmica. A pesquisa foi realizada durante uma semana de janeiro de 2012, mas só veio a público com a divulgação dos resultados pelos três autores, liderados pelo cientista de dados da companhia, Adam Kramer.

Segundo o que pode ser concluído pela pesquisa, quando os pesquisadores inseriam mais conteúdo negativo na timeline de um usuário, ele tinha mais tendência a publicações negativas, sendo que o contrário também se mostrava verdadeiro: um conteúdo positivo na timeline faz com que os usuários façam publicações mais felizes na própria linha do tempo.

A grande questão é que o Facebook manipulou as informações para que estes usuários se sentissem dessa forma, o que causou revolta entre muitos críticos do método adotado pela rede social. Para eles, seria necessário que a empresa tivesse um consentimento das pessoas para que o estudo fosse realizado e posteriormente explicasse o que exatamente havia sido analisado. Já os defensores da questão afirmam que o Facebook “sempre manipula o feed dos usuários”.

Tanto os críticos como os defensores, no entanto, tinham como referência a atual política de uso do Facebook, que explica que as informações dos usuários poderiam ser utilizadas para “operações internas”, o que inclui “pesquisas”. No entanto, em janeiro de 2012, quando a pesquisa foi feita, os termos de uso não diziam nada sobre um potencial uso para pesquisa das informações do usuário, segundo reportagem da Forbes.

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A mudança da política de uso de dados aconteceu quatro meses após o estudo, em maio de 2012. Entre as mudanças feitas pelo Facebook estava a questão do uso dos dados: “podemos usar informações que recebemos sobre você (...) para as operações internas, incluindo a resolução de problemas, análise de dados, testes, pesquisa e melhoria do serviço”. Isso quer dizer que no período em que houve a mudança de informações no feed dos usuários, ainda não estava estabelecido nos termos de uso da rede que os dados coletados poderiam ser direcionados para pesquisa.

Mesmo que a política de uso não seja realmente lida pela maioria dos usuários que concordam com ela, esses dados são importantes para as empresas apontarem em seus termos como estão defendendo e protegendo seus usuários.

Outra questão que pode deixar a discussão ainda mais problemática é a questão da idade. Segundo o que foi apontado pela pesquisa, não havia nenhum filtro de idade para usuários entre 13 e 18 anos. Isso quer dizer que o estudo pode ter incluído usuários menores de 18 anos.

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Segundo um porta-voz do Facebook é “ficção completa” acreditar que as empresas não realizam pesquisas corporativas sem permissão. Ele ainda defende a pesquisa afirmando que quem se inscreve na comunidade sempre precisar concordar com os termos de uso que incluem essa coleta de informações.

Após a onda de críticas, o cientista responsável pela pesquisa, Adam Kramer também usou sua conta no Facebook para defender a pesquisa:

"O motivo pelo qual fizemos essa pesquisa é que nos importamos com o impacto emocional do Facebook e com a forma como as pessoas usam nosso produto", escreveu.

Ele ainda alegou que apenas 0,04% dos usuários da rede foram afetados pela pesquisa. No entanto, 689 mil usuários não parece ser um número tão insignificante assim.

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Em novembro de 2011 o Facebook foi acusado pela Comissão Federal do Comércio (FTC, em inglês) por práticas “desleais e enganosas” com os usuários. Em agosto de 2012, a proposta de delinear as práticas do Facebook foi aprovada e dizia essencialmente que o Facebook precisava tomar cuidado e obter o consentimento dos usuários em torno de todas as práticas que poderiam ser realizadas com as informações coletadas. A empresa, no entanto, se adiantou a isso mudando suas condições em maio.

A questão parece que ainda irá causar muitas discussões entre quem a aprova, afirmando que a internet está cheia deste tipo de manipulação, e quem discorda, como Pam Dixon, do World Privacy Forum, que afirma que este tipo de ação não altera apenas o comportamento do usuário, mas influencia suas emoções.