Publicidade

HQs e super-heróis | Nova fase nos X-Men na Marvel e novidades da DC em julho

Por  | 

Compartilhe:
Marvel
Marvel

DC Comics

A editora segue com seu plano de reestruturação com a abertura de seu Multiverso em milhares de outras Terras, no agora chamado Omniverso. A cada mês, todos os títulos seguem com suas histórias expandindo o legado das principais franquias, deixando os heróis da “velha guarda” em papeis mais abrangentes, enquanto os filhos ou seguidores que os substituem assumem suas funções tradicionais em uma abordagem mais moderna.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Em Infinite Frontier #2 e 3, a DC mostra o quão megalomaníacos eles estão dispostos a ser para abraçar ABSOLUTAMENTE TUDO o que a editora conseguiu publicar de melhor nas últimas décadas com suas várias versões dos mesmo personagens espalhados pelas múltiplas Terras de seu Ominiverso.

A trama havia começado com o Batman Thomas Wayne de Ponto de Ignição interagindo com o Presidente Superman, Calvin Ellis, na Terra-23, junto com o novo grupo Justice Incarnate — uma Liga da Justiça do Multiverso. Os “monitores” de ameaças multiversais na “Terra Principal”, a Totalidade, também deu suas caras, já com algum conflito interno, pois a formação conta com heróis e vilões Lanterna Verde Alan Scott, Garota Gavião, Senhor Incrível, Talia Al Ghul, Lex Luthor e Vandal Savage.

Nas duas edições deste mês, a trama avança para mostrar a criação da nova Tropa dos Lanternas Negros, liderada por Roy Harper (lembra do Ricardito, parceiro de longa data do Arqueiro Verde?), que volta oficialmente da morte; a presença dos personagens do Reino do Amanhã, como o icônico Magog; e como fica a Sociedade da Justiça nesse bolo. Isso tudo com o mundo todo já ciente do Omniverso e do fato de seres de outras realidades e versões dos mesmos heróis andam lado a lado, pulando de uma dimensão para a outra, a partir das notícias de jornais cobrindo os eventos ainda mais fantásticos do novo cotidiano da DC Comics.

Os planos seguem claramente de abraçar todos os tipos de leitores, desde os mais novos até os mais hardcore. Os novatos devem seguir para os títulos mensais, enquantos os veteranos seguem essas séries limitadas que explicam como ficou a cronologia de décadas. É um projeto ousado, e a expectativa é que os conceitos mais legais não sejam pulverizados pela complicação que a DC sempre comete em projetos atropelados do passado.

Por enquanto, o reposicionamento está divertido e claro, respeitando o núcleo dos personagens e tentando honestamente mostrar para as novas gerações por que eles também podem ter suas próprias versões do heróis e vilões icônicos da editora. Contudo, a mescla de conceitos recentes com toda a bagagem que a DC tem pode ser complicada, mesmo para fãs hardcore.

Action Comics Annual 2021

Continua após a publicidade

O filme Homem de Aço, de Zack Snyder, pode não ser adorado por todos, mas foi importante para lembrar e até introduzir para o grande público algo muito importante na mitologia do personagem. Quando falamos de Superman, também estamos falando sobre ficção científica; e foi interessante ver como o longa abordou a vida em Krypton em seu primeiro ato.

A audiência gostou disso, e a Warner notou. Por isso tivemos, recentemente, a estreia da série Krypton, que aborda justamente os elementos sci-fi do planeta natal de Kal-El. Eis que o futuro do Superman tradicional estará cada vez mais atrelado ao seu papel em toda a galáxia, e esta edição já prepara o terreno mostrando mais sobre a Casa de El, que reúne os campeões da casta do Homem de Aço — incluindo seu próprio filho, Jonathan.

The Conjuring: The Lover #2

Continua após a publicidade

A DC Comics vem tentando criar uma maneira de suprir a ausência do selo Vertigo, que trazia histórias de teor adulto, e até tentou dar sobrevida ao modelo de negócios anterior, da época em que Karen Berger conseguia emplacar títulos de fantasia, horror e ficção científica com os mesmos bons resultados, a exemplo de séries como Sandman, Hellblazer e Transmetropolitan, respectivamente.

Depois de remar em uma direção equivocada, tentando remoer o passado, a editora parece ter encontrado novamente o caminho para essa faixa de leitores com impressões de luxo do Black Label, seu segmento de tramas adultas em publicações premium. Esse conceito começa a ser aplicado em um nicho importante para a companhia, o horror, especialmente por conta das franquias da Warner Bros no cinema.

The Conjuring: The Lover #2 conecta uma história paralela com o terceiro filme da franquia Invocação do Mal, que chegou recentemente nos cinemas. O tratamento é de tirar o chapéu, com uma arte e um projeto editorial que aplica o conhecimento visto no sucesso dos lançamentos Black Label.

Continua após a publicidade

Wonder Girl #2

Enquanto Diana Prince revisita sua própria história e outras mitologias em seu novo papel como uma grande entidade do Omniverso DC, vemos outras postulantes ao cargo de Mulher-Maravilha e Moça-Maravilha aumentando o legado das amazonas. Neste caso, em particular, temos a candidata brasileira Yara Flor, que tem agradado, graças aos belos traços de Jöelle Jones.

E, para nós, tupiniquins, a leitura fica mais divertida, pois a trama tem respeitado elementos de nossas raízes: a edição de julho, por exemplo, segue explorando coisas do folclore brasileiro e locais conhecidos dos fãs nacionais.

Continua após a publicidade

Justice League #64-65

E como fica a Liga da Justiça nessa nova DC com um Omniverso que, basicamente, tem ampliado todas as franquias em equipes-legado que contemplem os leitores veteranos e os novatos? A trama das duas edições mostra justamente como a Liga da Justiça vai ter que ampliar seu escopo e número de integrantes, pois, além de lidar com as questões mais mundanas, também passa a ter que interagir com outras equipes de superseres dos Multiversos.

Somos apresentados aos Planetas Unidos, que pretende ser uma liga interplanetária para que todos consigam se entender e se proteger em meio ao novo trânsito constante de superseres de outras realidades. E, com essa entidade, há a Ordem Unida, supergrupo com personagens de diversos planetas, incluindo o thanagariano Hawkslayer.

Continua após a publicidade

The Flash Annual 2021

Um dos personagens mais maltratados pela DC Comics (além de Asa Noturna) nos últimos anos, Wally West esteve em crises importantes nas temporadas recentes, como em Ponto de Ignição, em que ele foi “esquecido” e substituído por outra versão; em Renascimento, quando retornou depois de ser “lembrado” por Barry Allen; e em Heróis em Crise, evento no qual morreu novamente. A editora prometeu que vai parar de zoar com West, que é muito querido pelos leitores; e aqui começa essa nova jornada.

Com Allen assumindo um papel maior no Omniverso DC, West é quem se torna o titular novamente do manto do Flash em Central City e na Liga da Justiça. Só que, para reiniciar, os roteiristas explicam como ficou a situação dele após ao arco Heróis em Crise, que lidou bastante com o lado emocional dos personagens. E esta edição faz isso, resolve pontas soltas do passado, mirando o futuro.

Continua após a publicidade

Superman and the Authority #1

Esta edição traz uma certa ironia natural, já que Authority foi lançado justamente para criticar os clichês inverossímeis da Liga da Justiça, incluindo seu maior ícone, o Superman. Mas como a DC pretende realmente aproveitar tudo que deu certo em sua história nas últimas décadas, ela decidiu unir as tramas mais cruas e adultas do Authority com um Homem de Aço mais maduro e realista.

Aqui vemos uma faceta muito interessante do Superman “de saco cheio” de tentar ser bonzinho com as diretrizes humanas. Só que estamos falando de um Clark Kent mais velho, que está mais poderoso mas se cansa mais facilmente. Assim, suas habilidades são mais instáveis, o que o obriga a recorrer à tecnologia kryptoniana, conhecimento, estratégias e parcerias — neste caso, improváveis..

Continua após a publicidade

Nesta edição, Superman não chega a ser um contraventor, mas ele está disposto a agir em paralelo às leis e com párias da sociedade, a exemplo dos personagens de Authority. Bastante interessante, com o extra de mostrar Kal-El amadurecendo rumo ao seu papel maior no Omniverso DC, enquanto seu filho Jonathan Kent se torna o Superman de nosso planeta.

SHAZAM! #1

O personagem foi um dos que mais mudou nos últimos anos, em um processo que envolve a retroalimentação entre quadrinhos e cinema. A adaptação e o conceito de um Superman mortal preso no corpo de uma criança devido a magia explora uma lacuna que se perdeu na DC Comics com o tempo, que é das aventuras infanto-juvenis que normalmente vemos com o Homem-Aranha na rival Marvel Comics.

Continua após a publicidade

Então, assim como podemos ver na franquia das telonas, que logo lança sua sequência, a DC vem reposicionando o personagem em histórias colegiais, enquanto vemos sua versão heroica mais falível, a partir da instabilidade de seus poderes mágicos — o que o obriga a “aprender” a usar suas habilidades tudo de novo.

Detective Comics #1040

Temos visto, desde o início do ano, a queda do empresário Bruce Wayne a partir da Guerra do Coringa, em que, basicamente, o Palhaço do Crime dá um fim aos recursos vindo a abastada vida financeira do bilionário vigilante de Gotham. A prefeitura e a polícia começam a tratar tanto Batman quanto seu alter-ego como persona non grata na cidade.

Continua após a publicidade

E, neste capítulo, vemos Bruce sendo preso, enquanto o mundo do crime se organiza para tomar conta de vez das ruas de Gotham. Nunca vimos o Batman tão vulnerável e em necessidade de ajuda de sua Batfamília — o que, por si só, já é algo interessante.

Marvel Comics

Depois de as atenções estarem voltadas para uma saga intergaláctica dos Vingadores e do Quarteto Fantástico (Impéryo), seguida da invasão dos simbiontes em King in Black e da ausência dos Vingadores e da presença do Esquadrão Supremo com a troca de realidade promovida por Mephisto em Heroes Reborn e Heroes Return, a Marvel Comics agora dá grande destaque para os X-Men de Jonathan Hickman.

O escritor vem reposicionando os mutantes no Universo Marvel nos últimos anos, colocando-os em sua própria nação e cultura, em Krakoa; e, mais recentemente, em seu planeta, com a terraformação de Marte como abrigo dos Filhos do Átomo. Os “mutunas” estão mais poderosos do que nunca, com tecnologia e conhecimento que permitem vencer a morte e prolongar a vida — e até mesmo encontrar inovações, como um metal mais forte e curioso do que o adamantium e o vibranium.

Depois veio a Hellfire Gala, evento que apresentou a nova cultura mutante e a formação dos X-Men que será o grupo representando os Filhos do Átomo no resto do mundo. E X-Men #1 é justamente a primeira edição que mostra bem a intenção da Marvel Comics em investir na franquia como sua maior superequipe de heróis — algo que deve refletir também nos cinemas nos próximos anos.

De cara já vemos que os X-Men usaram seu novo conhecimento para criar um “hub” direto de Krakoa para Nova York, a partir da Threehouse, um portal de acesso instantâneo. Enquanto a equipe lida com uma invasão alienígena em um robô gigante digno de seriados japoneses como Power Rangers, a trama apresenta uma escala épica que une aventura na Terra com tecnologia espacial e exploração do cosmos — um mix que fica ainda mais divertido com a sci-fi inventiva de Gerry Duggan e os belíssimos desenhos de Pepe Larraz.

Este é o começo de uma nova fase dos X-Men na editora e, pode apostar, nos cinemas e na TV também.

Avengers #46

Tanto a Mulher-Hulk como os personagens “internacionais” da Marvel devem ganhar mais popularidade nos próximos anos, com a Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês). E, nesta edição, vemos claramente essa intenção, com o início do arco Guerra Mundial Mulher Hulk, que, claro, faz também uma referência à fase em que Hulk enfrentou os heróis da Terra no passado.

A Mulher-Hulk anda mais instável nos últimos tempos, tão explosiva e poderosa quanto seu primo. E, com isso, ela tem criado problemas para os próprios Vingadores e a população da Terra. Para completar, Namor e Hulk brigaram recentemente em Moscou, durante combates envolvendo a Força Fênix, o que incomodou os russos. Assim, a Guarda Invernal, formada pelos heróis do país, dão as caras por aqui — incluindo o Guardião Vermelho, que apareceu recentemente no filme Viúva Negra.

Immortal Hulk #48

A fase “imortal” de Hulk está perto do fim, com Al Ewing e Joe Bennet se despedindo da jornada de horror cósmico no número 50. Assim, a dupla começa a “limpar as coisas”. Nesta edição, vemos uma trama mais contida e intimista, mostrando como o novo Banner age como o Hulk e Betty Ross com seu alter-ego monstruoso Harpia.

Serve para “trazer para o chão” as histórias que vinham envolvendo as fundações do Universo Marvel, a partir de um narrativa sobre relacionamentos, tanto entre os personagens quanto consigo mesmos.

Amazing Spider-Man #70 - 71 e Sinister War #1

Não há personagem que apanhe mais que o Homem-Aranha na Marvel e, depois de passar por mais uma barra recentemente com o vilão Kindred, Peter Parker anda bastante cansado e debilitado. Para piorar, vem aí mais um arco envolvendo não somente um, mas dois Sextetos Sinistros: um encabeçado pelo Doutor Octopus e outro pelo Abutre.

Essa saga promete envolver várias propriedades do cantinho do Homem-Aranha, com outros Homens-Aranha e diversos dos vilões clássicos. É uma oportunidade de vermos personagens que ganharam popularidade com o Aranhaverso aberto na animação Homem-Aranha: No Aranhaverso e versões atualizadas dos inimigos. Se tivesse um desenhista melhor que o Mark Bagley, com certeza seria mais empolgante.

Iron Man #10

Depois de passar um tempo com sua tecnologia extremamente avançada, Tony Stark tem se voltado para o básico de suas histórias mais populares, mas com um tom diferente. Como suas aventuras agora estão mais isoladas da Terra, em outros planetas, podemos ver Stark se concentrando em seu lado inventivo para vencer os obstáculos, que, neste caso, é o robô Ultimo.

Thor #15 e Thor Annual 2021

Odinson ainda não está preparado para ser o rei de Asgard. Embora ele parecesse, após Odin mais uma vez entrar em seu sono profundo, vemos o Mjolnir já não obedecer ao seu tradicional mestre, que começa a questionar a razão disso e de seu tédio no trono de seu reino.

No título mensal, vemos Odinson tentando entender sua crise junto ao Capitão América, enquanto na edição anual vemos mais sobre a mitologia asgardiana, em um conto que mostra também como Thor ainda não é o rei que um dia ele será.

The Eternals #6

O filme Os Eternos finalmente está chegando, com estreia prevista no final do ano, e a Marvel vem alinhando as histórias do grupo com o que deve vir por aí nos cinemas. Desde a primeira edição dessa nova série limitada, estamos acompanhando Thanos voltando de mais uma morte para ser o antagonista.

Nesta edição vemos o Titã Louco revelando seu pacto com o traidor Phastos, que o trouxe de volta com a tecnologia dos imortais Eternos para derrubar sua própria família. Como o filme deve mostrar uma conexão que não havia nos quadrinhos entre o vilão e o supergrupo, já está aí a dica de que realmente deveremos vê-los associados recorrentemente nas futuras tramas — e, né, esta história mostra também como Thanos poderia retornar ao MCU.

Moon Knight #1

O Cavaleiro da Lua é outro personagem que tem uma aguardada série em desenvolvimento pelo Disney+, com Oscar Isaac comprometido com seu papel, na tradição dos atores que se transformam na representação dos heróis das revistas — a exemplo do que ocorreu com Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Chris Evans, Hugh Jackman, entre outros.

E, claro, já antecipando a atração, a Marvel tem reposicionado o Cavaleiro da Lua, não somente nas histórias mais recentes dos Vingadores, como agora, em um novo título mensal. Na trama, dá para perceber que o tom será uma combinação dos enredos mais caóticos e mundanos, que exploravam as ação mais realista e as facetas esquizofrênicas de Marc Spector; e as narrativas mais heróicas, que mostravam a extensão de seus poderes como herdeiro do deus egípcio Khonshu. Seguimos acompanhando.

Até o próximo mês!

Obviamente, não dá para comentar tudo o que saiu no mercado norte-americano nas quatro semanas anteriores, mas essas publicações são as que mais fizeram barulho em julho e prometem ter relevância nas editoras (e em suas outras mídias) nos próximos meses.

Continuem lendo as matérias de quadrinhos e toda a cultura pop aqui do Canaltech. A coluna no primeiro domingo de setembro. E quem quiser me acompanhar no Twitter e saber dos conteúdos relacionados que saem durante o período, é só me seguir no @clangcomix. Até logo!