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10 nomes da era moderna dos quadrinhos que vale a pena conhecer

Por| 19 de Agosto de 2016 às 19h29

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10 nomes da era moderna dos quadrinhos que vale a pena conhecer
10 nomes da era moderna dos quadrinhos que vale a pena conhecer

Os quadrinhos estão se tornando cada vez mais populares mundialmente devido às produções cinematográficas baseadas nos gibis, fazendo com que os novos projetos e profissionais da área ganhem destaque. Por isso, fizemos uma lista de dez artistas estrangeiros e brasileiros cujas obras o público deveria conhecer melhor.

Brian K. Vaughan

Provavelmente, Brian K. Vaughan seja o melhor quadrinista dos últimos anos que não é popularmente conhecido. Ele não participou de muitas publicações das maiores editoras americanas, Marvel e DC, tendo passagens rápidas nas séries do universo mutante e algumas one-shot dos personagens da Liga da Justiça. O trabalho do autor começou a se destacar nas séries de super-heróis quando ele criou Os Fugitivos ao lado de Adrian Alphona em 2003. Com um grupo de jovens superpoderosos e repleto de características diferentes, o quadrinista conseguiu inovar as histórias que a Marvel produzia na época.

Apesar disso, os grandes sucessos de Brian K. Vaughan foram pela linha Vertigo, que é da DC Comics, e na editora Image. Antes mesmo de criar Os Fugitivos, ele e a artista Pia Guerra criaram Y: O Último Homem. Na história, todos os seres vivos com o cromossomo Y da Terra morrem, exceto o jovem Yorick e seu macaquinho Ampersand. Assim, o rapaz ganha a ingrata missão de salvar a humanidade de uma possível extinção. Apesar de colocar em foco um homem, a trama tem elementos claros de feminismo conforme várias mulheres são apresentadas no decorrer das edições.

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Hoje em dia, Vaughan faz um ótimo trabalho com Fiona Staples em Saga, criada pelos dois para a Image. A HQ é uma aventura espacial de fantasia sobre o relacionamento proibido de Marko e Alana, seres de raças inimigas, o que faz com que uma guerra contra eles se inicie pelo espaço. A dupla de artistas cria vários elementos surreais, como um gato de que detecta mentiras, uma babá fantasma e seres com formações corpóreas curiosas, por exemplo, um monitor no lugar da cabeça. Tanto Y: O Último Homem quanto Saga renderam Eisner Awards, a maior premiação da indústria dos quadrinhos, ao roteirista.

Jonathan Hickman

O Quarteto Fantástico é provavelmente o supergrupo com mais dificuldades de funcionar na Era Moderna dos quadrinhos. A equipe sempre teve um foco familiar, mas atualmente a visão do que seja uma família é muito mais ampla pela sociedade, felizmente. Sabendo disso e mostrando enorme conhecimento do cânone da equipe criada por Stan Lee na década de 60, Jonathan Hickman criou o melhor período de histórias para Reed Richards, Susan Storm, Johnny Storm e Ben Grimm.

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O roteirista conseguiu revolucionar a dinâmica da equipe ao incluir mais personagens jovens, dar espaço a Franklin e Valeria, filhos de Sue e Reed, e incluir grandes nomes no time, como Homem-Aranha e Doutor Destino. O período marcou a criação da Fundação Futuro e os uniformes brancos. Após o enorme sucesso com o Quarteto Fantástico, Hickman assumiu histórias dos Vingadores, que culminaram com a grande saga Guerras Secretas, que está sendo publicada pela Panini Comics no Brasil, outro grande trabalho do artista.

Nick Spencer

Transformar Steve Rogers em "vilão", dar o manto de Capitão América ao Falcão e trabalhar os dois lados da política americana nas histórias em quadrinhos. Nick Spencer é responsável por todas essas mudanças polêmicas nas tramas do herói bandeiroso da Marvel Comics, entretanto não é apenas algo para chamar atenção: ele realmente cria boas edições para o maior símbolo de patriotismo das HQs.

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Ao escrever qualquer história do Capitão América, o roteirista precisa entender como o personagem é um reflexo do próprio país. Nick Spencer fez isso numa das épocas mais complexas para os americanos, quando candidatos tão diferentes se enfrentam pela posição máxima na Casa Branca. Falcão é o Capitão América com problemas mais críveis para a visão da esquerda, Caveira Vermelha é o maior símbolo de analogia que poderia existir para o Donald Trump e mostrar uma versão corrompida de Steve Rogers define o quão perdida está a nação para o autor. Recentemente, ele colocou o vigilante Agente Americano, uma versão mais violenta e burra do Capitão América, favorável à construção de muros para evitar estrangeiros.

Scott Snyder

Nos últimos anos, Scott Snyder é o principal quadrinista das histórias do Batman. Ele assumiu o posto de roteirista do Homem-Morcego a partir dos Novos 52 e ganhou destaque pelo que criou para o universo do personagem. Seu primeiro arco, A Corte das Corujas, é um dos mais respeitados nos últimos anos, até mais do que os posteriores A Morte da Família e Endgame, que tinham o Coringa em destaque.

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Snyder continua até hoje escrevendo histórias sobre o Homem-Morcego, mas dessa vez na recente série All-Star Batman. Fora do universo dos super-heróis, o roteirista ganhou reconhecimento por Vampiro Americano, que ainda tinha na equipe criativa Stephen King e o desenhista brasileiro Rafael Albuquerque. Ao lado de Sean Murphy, ele ainda ganhou Eisner Awards de melhor série limitada por The Wake em 2014.

Mark Waid

Mark Waid é o nome mais popular e veterano de toda a lista. O quadrinista já teve passagens por editoras pequenas, mas fez seu nome com enorme sucesso tanto na Marvel quanto na DC. Um dos trabalhos mais icônicos dele é a clássica Graphic Novel Reino do Amanhã, quando vemos uma linha temporal no futuro em que o heroísmo tornou-se mais violento, assim gerando uma cisma entre os novatos e vigilantes antigos, como Batman, Superman e Mulher Maravilha.

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Entretanto, o espaço dele na lista foi garantido por causa de seu período escrevendo as histórias do Demolidor. Ao criar uma narrativa que transformava os sentidos aguçados do herói da Cozinha do Inferno em um diferencial, com a ajuda da bela arte de Paolo Rivera, ele trouxe uma nova forma de enxergar os poderes do advogado cego, o que rendeu vários prêmios para a dupla. Ele trouxe o Homem Sem Medo do limbo da editora e criou histórias que mostravam um Matt Murdock mais divertido, mas sem perder a seriedade que o vigilante precisa. Hoje, ele é responsável pelo texto da nova fase do Archie e em breve será o novo roteirista dos Vingadores.

Fábio Moon e Gabriel Bá

De todos os artistas brasileiros, os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá são os que mais ganharam destaque nos últimos anos fora das grandes editoras. Os dois começaram a ganhar evidência no Brasil com o material independente sob o selo 10 pãezinhos, mas foi com Daytripper que eles alcançaram voos altos na carreira. A série da Vertigo consegue ser emocionante em todas as edições, principalmente com as analogias que eles inserem na trama sobre a vida humana. No Brasil, ela foi lançada em encadernado pela Panini Comics.

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Os dois quadrinistas também participaram de outras publicações com artistas internacionais. Bá acompanhou Gerard Way na criação de The Umbrella Academy, muito elogiada pela crítica. A dupla ainda assinou Casanova, dessa vez ao lado de Matt Fraction, um dos melhores roteiristas para histórias de ação atualmente, como pode ser visto no que ele criou para o Gavião Arqueiro.

Recentemente, a dupla brasileira ganhou o Eisner de Melhor Adaptação de Outra Mídia por Dois Irmãos.

G. Willow Wilson

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A roteirista é responsável por uma das melhores histórias em quadrinhos na atualidade para quem quer começar a ler gibis: Ms. Marvel. Kamala Khan é criação dela e já se tornou uma das personagens mais queridas por público e crítica nos últimos anos. Como a artista também é muçulmana, ela conseguiu retratar de forma precisa como que a família da jovem enxerga o mundo e as influências de sua religião no seu estilo de vida. Tudo isso sem transformar a história em algo estereotipado.

Em apenas uma tacada, Willow Wilson mostrou duas formas diferentes de diversidade que pouco são respeitadas nas grandes histórias de super-heróis. Isso fez com que ela ganhasse a missão de roteirizar uma série dos Vingadores formada apenas por mulheres, a A-Force.

Vitor e Lu Cafaggi

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Mais outro exemplo de irmãos brasileiros que ganharam destaque na indústria dos quadrinhos. Vitor Cafaggi chamou atenção com suas tirinhas de Puny Parker, no qual ele imaginava como seria a infância de Peter Parker. Posteriormente, ele ganhou mais espaço produzindo as histórias do cachorro Valente.

Mas foi ao lado da irmã que ele conseguiu sua melhor obra. A dupla participou da criação de Laços, Graphic Novel da Turma da Mônica. Com uma estética encantadora, clima de filme dos anos 80 e boas piadas, eles conseguiram conquistar os fãs e ainda mais espaço na indústria ao serem convidados para fazer uma sequência deste trabalho. Dois anos após Laços, foi lançada Lições, uma "sequência" da primeira publicação. No mesmo ano foi confirmado um projeto cinematográfico baseado no trabalho deles com a galera da Rua do Limoeiro.

A lista é apenas um pequeno exemplo de vários artistas que estão participando de boas obras na indústria dos quadrinhos atualmente. Gustavo Duarte e suas histórias repletas de desenhos caricatos para monstros, Jason Aaron roteirizando os gibis de Star Wars, as excelentes artes de Esad Ribic e John Cassaday, etc. Há muita HQ boa sendo produzida pelas grandes editoras e por quadrinistas independentes, basta os leitores saírem da zona de conforto dos clássicos da indústria.