Estagiários trabalharam ilegalmente por 11 horas diárias para montar o iPhone X
Por Ares Saturno | 21 de Novembro de 2017 às 15h35
Seis estudantes chineses contaram ao Financial Times que, em seus estágios junto à montadora do iPhone X, Foxconn, eram obrigados a manter cargas de trabalho superiores a 11 horas por dia para a fabricação do novo smartphone da Apple. Segundo a legislação trabalhista chinesa, a carga horária de estágio de 11 horas diárias é completamente ilegal.
Os estudantes, que têm entre 17 e 19 anos de idade, foram obrigados a prestar o serviço durante três meses, sendo ameaçados de não completarem os estudos secundaristas caso se recusassem a manter a carga horária criminosa junto à Foxconn.
Algumas outras irregularidades também foram apontadas pelos estudantes. Uma delas diz respeito ao trabalho da fábrica não ser minimamente relacionada com seus estudos, categorizando assim a possibilidade de a Foxconn ter se utilizado dos estudantes estagiários para adquirir mão-de-obra sem qualificação adequada por preços injustos. O pagamento, também, foi feito de forma irregular, segundo o que foi informado por um dos estudantes ouvidos.
Tanto a Apple quanto a Foxconn negaram as acusações feitas pelos estagiários, alegando que eles jamais foram forçados a trabalhar além dos limites especificados pela legislação local. Entretanto, eles admitiram que alguns estudantes trabalharam horas extras e estão criando medidas para que isso não mais aconteça em oportunidades futuras.
"Confirmamos que os alunos trabalharam voluntariamente, foram compensados e proporcionaram benefícios", afirmou oficialmente sobre o caso a Apple. Sobre a irregularidade, a empresa apenas comentou: "não deveriam ter sido autorizados a trabalhar horas extras".
A parceria da Foxconn com o governo chinês e com instituições vocacionais permitiu que os estudantes fossem selecionados para o estágio junto à fabricante dos produtos Apple.
O iPhone X é reconhecido como o produto mais caro já lançado pela Apple e você pode ler mais sobre isso aqui e aqui.
Fonte: Financial Times