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Vale a pena comprar um Ultrabook?

Por| 05 de Setembro de 2012 às 15h50

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Vale a pena comprar um Ultrabook?
Vale a pena comprar um Ultrabook?

A Intel criou o conceito de ultrabook em 2011 com a porposta de trazer para os usuários de Windows a mesma experiência que a Apple oferece com o Macbook Air: computadores extremamente finos, rápidos e elegantes. Para receber o selo de "Ultrabook", fabricantes precisam seguir todas as diretrizes da Intel em relação a desempenho, peso, tamanho,espessura eduração de bateria, passando a imagem para o consumidor de que qualquer modelo com esta etiqueta seja ultrafino, ultrarrápido e ultraelegante.Mas será que é isso mesmo que acontece na prática?

Alguns deles, como o Acer Aspire S3 e Samsung Series 5, já passaram aqui em nosso laboratório de testes para realizarmos a análise e comprovarmos se eles realmente correspondem às expectativas, e não observamos nenhum ponto que seja considerado "ultrarrápido". O que os diferencia dos notebooks comuns, fora a menor espessura, é a presença de SSD ou soluções híbridas de SSD e HD por padrão, diminuindo o maior gargalo dos computadores atuais e melhorando a performance geral da máquina, mas fora isso não

há nada que os diferencia de um notebook de entrada convencional.

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Para demonstrar isso, utilizaremos como exemplo o HP DM1-3225BR, um modelo que pode ser considerado de entrada, e compararemos osresultados dos testes deste com os da maioria dos Ultrabooks que encontramos no mercado. Este é equipado com uma APU E-350 dual-core rodando a 1,6 GHz e 4 GB de memória RAM, mas em vez de usar o disco rígido padrão, equipamos o netbook com uma SSD V200 da Kingston de 128 GB. Confira os resultados!

Desempenho

Quando realizamos os testes nos ultrabooks que passaram por aqui utilizamos o PCMark 7 e o 3DMark Vantage; o primeiro é utilizado para medir a performance geral da máquina em vários quesitos e o segundo mede a capacidade da máquina de rodar games que utilizem DirectX 10. No entanto, não rodamos o 3DMark 11, pois todos os modelos são equipados com a GPU integrada Intel HD 3000, que não oferece suporte ao DirectX 11, e este é o primeiro ponto negativo dos Ultrabooks, pois o E-350, mesmo sendo um processador voltado para usuários básicos, já oferece suporte a ele.

No PCMark 7 o DM1 alcançou 1572 pontos, pontuação ligeiramente inferior à dos Ultrabooks que passaram por aqui, e 3496 no 3DMark Vantage, sendo que a Radeon HD 6310, GPU que equipa o E-350, pontuou sozinha 4505. Esse é um dos pontos mais negativos, pois uma máquina que custa aproximadamente um terço do preço de um Ultrabook convencional consegue resultados semelhantes aos de grande parte dos modelos vendidos atualmente, quando não superiores, equipados com uma unidade SSD. O E-350 possui uma enorme falha, que é o controlador de memória Single-Channel, que impacta significativamente em seu desempenho, enquanto todos os outros ultrabooks trabalham com memórias Dual-Channel.

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Só para efeito de comparação, veja a pontuação de alguns modelos de ultrabooks:

PCMark 7

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3Dmark Vantage - DirectX 10

  • Samsung Series 5 530 (1439)
  • Acer Aspire S3 (1465)
  • ASUS Zenbook UX31 (1414)
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Bateria

Por serem extremamente finos, não sobra muito espaço para acomodar uma bateria de grande capacidade. Mesmo que a Intel tenha imposto que o tempo mínimo que os ultrabooks deve ser de 5 horas, esse tempo se refere ao uso comum, e não em condições extremas. O ASUS Zenbook UX31, um dos melhores modelos da categoria, consegui aguentar 100 minutos fora da tomada, enquanto o nosso DM1 conseguiu a marca de 198 minutos, custando menos de um quarto do preço.

O Acer Aspire S5 é um outro exemplo gritante. Sendo considerado o Ultrabook mais fino do mundo, é natural esperar uma decepcionante duração de bateria: apenas 33 minutos com o Battery Eater! Apenas como curiosidade, a bateria do Aspire S5 é de meros 2310 mAh, apenas 10% maior do que o Samsung Galaxy S3 (2100 mAh), isso porque estamos falando de dois dos melhores representantes dessa geração, com o Zenbook custando cerca de R$ 6.000 e o Aspire S5 na mesma faixa de preço.

Preço

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Nosso modelo de testes custa aproximadamente R$ 900 em lojas de departamento, com um custo adicional de cerca de R$ 400 para trocarmos o disco padrão por uma SSD Kinsgton V200 com 128 GB. O fato de um conjunto de aproximadamente R$ 1.300 poder ser comparado aos melhores Ultrabooks que temos atualmente já é um problema por si só, ainda mais quando levamos em consideração que os modelos de entrada, custando na faixa dos R$ 2.000, trazem processadores Intel Core i3 de baixa voltagem e SSDs minúsculos (16 GB ou 20 GB) funcionando como cache do sistema operacional.

Raros são os modelos que trazem uma SSD como disco primário de 128 GB ou 256 GB e que saem por menos de R$ 3.500. Utilizamos um netbook extremamente básico como exemplo, mas podemos extrapolar nosso teste para um outro modelo que é encontrado na faixa dos R$ 2.000 e trocar o HD por uma SSD para colocá-lo lado a lado com um Ultrabook. Consegue imaginar o resultado?

Conclusão

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Voltando à pergunta inicial: compensa comprar um Ultrabook? A não ser que o objetivo seja um laptop extremamente fino e com uma atenção maior ao visual, a resposta para a maioria das outras situações é não. Essa categoria de laptops ainda tem muito a evoluir em vários aspectos, tanto em relação à perfomance propriamente dita quanto a outros pontos, como duração de bateria e principalmente preço.

Nosso foco aqui não é comparar nenhuma fabricante de notebooks ou acirrar a competição entre as duas maiores fabricantes de processadores (Intel e AMD), mas sim colocar um holoforte no conceito de Ultrabook. Mesmo sendo relativamente novos no mercado, uma importante questão deve ser colocada à prova: até onde ser "ultrafino" compensa sem pensarmos nos recursos sacrificados e o preço desses produtos no varejo?

Além disso, recursos não são um ponto forte dos Ultrabooks, pois imagine investir pesado em modelos como o ASUS Zenbook UX31 ou Acer Aspire S5, e não ter nem um drive que leia DVDs, quanto mais Blu-rays. Outro ponto a se considerar na hora da compra é que poucos são os modelos mais baratos que compensam, pois SSDs híbridos são quebra-galhos para entrar nas especificações da Intel, e não voltados para desempenho. Processadores Intel Core i3 são destinados a computadores de entrada, e não a modelos que deveriam considerados "ultrarrápidos".

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E você, usuário? Acredita que valha a pena comprar um ultrabook?