Google volta atrás em mudanças que afetariam bloqueadores de anúncios
Por Felipe Demartini |
A Google voltou a afirmar, nesta semana, que não está lutando contra os bloqueadores de anúncios no Chrome. Para provar isso, a empresa anunciou algumas mudanças em uma futura atualização de APIs do navegador, levantando limites de impedimento de exibição de conteúdo e outros parâmetros que poderiam limitar o funcionamento desse tipo de extensão.
Em publicação em um grupo dedicado ao desenvolvimento do browser, o engenheiro Devlin Cronin, da Google, afirmou que impedir o uso de ad blockers jamais foi a intenção da empresa. A ideia com a mudança nas APIs é justamente a oposta, segundo ele: trabalhar para que a experiência de customização do Chrome continue sendo completa e funcional como sempre, mas com a performance adequada mesmo nos navegadores com maior número de addons instalados.
O desempenho é justamente o motivo alegado pela Google para a substituição da API WebRequest por outra, a NetRequest, declarativa e, de acordo com a empresa, mais funcional. O problema é que ela também tem limitações quanto ao número de bloqueios de conteúdo que podem ser realizados, o que acaba por dificultar a vida dos bloqueadores de anúncios, que ficam impedidos de funcionar.
A questão foi levantada por diferentes desenvolvedores desse tipo de solução, que acusaram a empresa de tentar impedir o funcionamento delas. A relação é óbvia, uma vez que a Google opera uma das maiores plataformas de publicidade online do mundo. Além disso, de acordo com os responsáveis pelo Ghostery, por exemplo, a performance nem mesmo é uma questão para a maioria dos bloqueadores de anúncios, pois são outros tipos de extensão que causam lentidões e problemas de funcionamento.
Seja como for, a gigante reafirmou seu compromisso com a comunidade. De acordo com ela, a mudança das extensões para a API NetRequest ainda será obrigatória, mas o limite de bloqueios e outras características citadas pelos desenvolvedores serão revistas ou revogadas. O trabalho ainda está em andamento, de acordo com a empresa, e a alteração definitiva ainda deve demorar para ser exigida, com todo o processo ainda em fase de design e experimentação.
A mudança na API, que vem sendo chamada de Manifest v3, foi proposta inicialmente no ano passado, mas, aos poucos, vem recebendo alterações e mudanças de acordo com o feedback da comunidade. O objetivo final, afirma a Google, é a otimização do navegador para novos padrões de performance e segurança, mas sem interferir nas extensões e adicionais já existentes.
Fonte: CNET, Devlin Cronin (Google Groups)