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Cidades na China estão afundando de forma acelerada

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Maio de 2024 às 13h54

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Zhang kaiyv/Unsplash
Zhang kaiyv/Unsplash

Quase metade das grandes cidades da China, com mais de 2 milhões de habitantes, estão afundando em ritmo acelerado. O fenômeno em si, conhecido como subsidência do solo, não é o que impressiona — problemas do tipo também ocorrem nos EUA, Holanda e México —, mas a velocidade. Cerca de 45% das terras urbanas do gigante asiático afundam mais rápido do que 3 milímetros por ano.

Entre as cidades chinesas afetadas pelo processo de afundamento, estão: Xangai, Pequim e Tianjin. Inclusive, 3 mil moradores de Tianjin foram evacuados de suas casas por causa de um “desastre geológico repentino” — um forma de afundamento —, atribuído à extração de águas subterrâneas e à perfuração de poços geotérmicos, no ano passado.

Embora o caso de Tianjin seja um evento relativamente isolado e extremo, já que a maior parte das regiões afunda de forma mais gradual, sem choques, ambos os fenômenos têm uma mesma causa: a ação humana. É o que aponta estudo recém-publicado na revista Science.

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O processo de subsidência “é um problema nacional”, afirma Robert Nicholls, cientista climático e engenheiro civil da Universidade de East Anglia, para o jornal The New York Times. Nicholls não participou da pesquisa sobre a China, mas revisou os resultados para a publicação do artigo.

Por que a China afunda?

Para medir como as cidades estão afundando na China, os pesquisadores usaram imagens de satélite captadas entre os anos de 2015 e 2022, o que permitiu a equipe rastrear os níveis de deformação do solo. No total, áreas de 82 cidades foram analisadas.

Segundo os autores, cerca de 40% das regiões observadas sofrem diferentes níveis de afundamento, com intensidades moderada a grave. Dentro desse recorte, 45% afundam mais de 3 milímetros por ano, enquanto 16% afundam impressionantes 10 milímetros por ano.

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A causa da maior parte da subsidência está relacionada com a atividade humana. É como se, conforme as cidades chinesas crescem, mais elas afundassem. No entanto, diferentes atividades provocam esse processo, como:

  • Peso dos edifícios e construções;
  • Bombeamento de água dos aquíferos subterrâneos das cidades;
  • Perfuração do solo para extração de petróleo e outros materiais; 
  • Mineração de carvão;
  • Atividades para produção de energia, como campos geotérmicos;
  • Sistemas de transporte urbano.

Risco extra nas regiões costeiras

Embora as cidades afundem em diferentes pontos da China, o risco maior está relacionado com as regiões costeiras, que já estão em pontos mais próximos ao nível do mar. Então, o afundamento é mais preocupante.

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Aqui, vale lembrar que, com o avanço das mudanças climáticas e o derretimento das geleiras, o nível do mar vai subir em todo o planeta, como apontam diferentes relatórios.

Neste cenário, os pesquisadores estimam que, em 100 anos, um quarto das terras costeiras urbanas ficará abaixo do nível do mar — isso será parcialmente provocado pelo efeito da subsidência. No entanto, existem possíveis soluções.

Soluções para crise na China

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Para combater o afundamento das cidades chinesas, Xangai é pioneira em limitar a extração das águas subterrâneas, um dos fatores que acelera o processo. No Japão, medida semelhante resultou na estabilização da subsidência observada em Tóquio e Osaka. Outra estratégia seria encher novamente os aquíferos, “tapando” os buracos que permitem o afundamento.

Fonte: Science e NYT