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Wi-Fi denuncia estudantes que vandalizaram escola com símbolos nazistas

Por| 10 de Julho de 2019 às 12h17

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The Washington Post
The Washington Post

Quatro estudantes foram condenados à prisão nos Estados Unidos, entre outras penas, após picharem discursos racistas, homofóbicos, xenófobos e símbolos nazistas em uma escola do estado de Maryland. Eles estavam mascarados no momento do ato, que aconteceu na madrugada do dia da cerimônia de formatura da instituição, no final de 2018, mas foram identificados quando seus smartphones se conectaram automaticamente ao Wi-Fi.

Seth Taylor, Matt Lipp, Josh Shaffer e Tyler Curtiss usaram máscaras para ocultar suas identidades enquanto usavam sprays de tinta preta para pichar as palavras de racismo, homofobia e xenofobia nas paredes e no chão das entradas principais da Glenelg High School, na cidade de Howard County. As ofensas envolviam ataques a minorias, citações ao nazismo e à KKK, além de palavras diretamente contra o diretor David Burton, que é negro.

As imagens das câmeras de segurança não ajudaram a polícia a identificar os responsáveis pelas pichações, que se tornaram o assunto da cidade pois não puderam ser removidas antes do início das cerimônias de premiação. Foi o diretor Burton quem teve a ideia de checar os registros da rede sem fio, pois imaginava que os responsáveis seriam estudantes. A escola utiliza um sistema de logins individuais, com matrícula e senha, para dar acesso à internet, mas após a primeira conexão, as demais são automáticas.

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Curtiss, um dos acusados, seria inclusive homenageado naquela manhã, recebendo um prêmio atlético pelo seu trabalho como capitão do time de baseball da escola. Além disso, à noite, ele seria coroado como o rei da formatura. Todos saíram algemados da cerimônia, diante de pais, familiares e outros estudantes que participavam de um almoço comemorativo pelo fim do ano letivo.

Inicialmente, todos negaram o fato, mas Taylor admitiu os crimes logo em seu primeiro depoimento à polícia, entregando os outros três colegas. Eles foram indiciados por vandalismo, destruição de propriedade e discurso de ódio. Meses mais tarde, em março de 2019, todos confessaram diante do tribunal como forma de obterem acordos para abrandamento de suas sentenças.

Os quatro foram condenados a 250 horas de serviços comunitários e três anos de liberdade condicional, além de penas de prisão que variaram de acordo com o teor das ofensas pichadas por cada um. Shaffer, por exemplo, recebeu a sentença mais pesada e deveria não apenas cumprir os termos como passar 18 finais de semana na penitenciária pública de Howard County, sendo admitido às 18h de sexta e saindo às 18h de domingo.

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Lipp foi sentenciado a 16 finais de semana na prisão, enquanto Curtiss recebeu uma pena de cinco. Taylor, devido à sua colaboração com as investigações e o fato de já estar realizando trabalho comunitário e aconselhamento antes de receber a sentença, foi condenado a nove períodos encarcerado. Todos terão os registros de crime de ódio removidos de suas fichas policiais caso completem os três anos de condicional sem novos incidentes do tipo.

A turma da qual os quatro criminosos faziam parte era composta por 260 formandos, sendo menos de 20 negros. A instituição já havia sido alvo de vandalismo racista antes, com direito a bandeiras confederadas sendo hasteadas em jogos de futebol e suásticas rabiscadas no banheiro. Nenhum dos casos, com exceção de um ocorrido em 2017, quando ofensas raciais ao diretor Burton foram pichadas em um muro externo, recebeu tanta atenção e causou tamanha comoção na cidade como este.

Fonte: The Washington Post