Hackers de mentirinha lucram com ameaças na internet
Por Barbara Lage | 06 de Maio de 2016 às 20h36
Aquele papo de internet ser "terra de ninguém" ganhou ainda mais força. Já é tradicional vermos ofensas virtuais – alguns tomam essa “coragem” porque estão a distância e, em muitos casos, não são identificados. Nesta mesma linha de raciocínio, quem aparece como novos protagonistas são os hackers – só que de mentirinha.
Usuários, cientes do risco de ameaças como ransomware e de ataques de negação de serviços (DDoS), acabam sendo vítimas da nova ameaça on-line – o hacker de araque. Sabendo disso, a empresa de segurança CloudFlare expôs uma equipe ou indivíduo (não se sabe), o Armada Collective, que ameaçava ataques DDoS e, o pior, lucravam com essa história falsa.
Mas não pense que acabou por aí. O fundador da CloudFlare, Matthew Prince, fez importantes esclarecimentos: “Ainda que os verdadeiros integrantes do Armada Collective parecem estar presos em alguma cadeia europeia, com pouco mais que alguns endereços de bitcoin e um e-mail, alguns indivíduos empreendedores estão usando o nome do grupo, espalhando medo por aí e faturando centenas de milhares de dólares com extorsões”. Parece que até os hackers estão sendo hackeados! Sem perder tempo, o falso Armada Collective agora se passa pelo grupo Lizard Squad.
“Nós somos o Lizard Squad e escolhemos seu site/rede como alvo de nosso próximo ataque DDoS. Pedimos que pesquise no Google por 'Lizard Squad DDoS' para dar uma olhada em nossos 'trabalhos' anteriores”. Assim é a ameaça, segundo Daniel Smith, representante da Radware que recebeu a mensagem. E tem mais: “Estamos dispostos a não atacar seus servidores por uma pequena taxa que, no momento, custa 5 bitcoins”.
Realmente parece inacreditável como esse método simples, que consiste em um e-mail e um endereço de Bitcoin, consegue enganar empresas e tirar lucro disso. “Os criminosos agora sabem que o público em geral não é muito informado e teme ambas as ameaças[DDoS e ransomware]”, afirma Smith. Por isso Prince, da CloudFlare, destaca: “Temos que informar as pessoas quando se tratam de criminosos de verdade ou impostores”.
O que nos deixa um pouco mais tranquilos é pensar que não existem tantos grupos de hackers famosos especializados em DDoS, ou seja: num determinado momento, começarão a faltar nomes...
Fonte: Folha