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Como GTA 3 só existe por causa do Dreamcast, mesmo sem nunca receber o jogo

Por| 30 de Abril de 2024 às 16h30

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Rockstar Games
Rockstar Games

O sucesso de GTA 3 e a transformação da Rockstar em um dos grandes estúdios da indústria deve muito ao Dreamcast, muito embora o game nunca tenha sido lançado para o console da Sega. Na verdade, o jogo nem existiria se não fosse o videogame.

Parece exagero, mas é o que dois nomes ligados à antiga DMA, estúdio que se transformou na Rockstar North, revelaram. Em entrevista ao site Time Extension, o ex-produtor Gary Penn e o ex-engenheiro de suporte Alan Jack revelaram os bastidores da criação do terceiro Grand Theft Auto e como a ideia de reinventar a franquia nasceu por causa do Dreamcast.

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Eles revelam que, em meados de 1999, a empresa era dividida em diferentes times e que eles comandavam seus projetos quase que em paralelo. Assim, enquanto parte da equipe preparava o lançamento de GTA 2 naquele mesmo ano, outros começavam a desenvolver o conceito que iria desembocar em Manhunt, lançado para PS2 em 2003. Enquanto isso, o grupo de Penn e Jack buscava algo novo.

Segundo eles, o time tinha acabado de lançar Space Station Silicon Valley para Nintendo 64 e o primeiro PlayStation e estava à procura de um novo desafio. Foi quando o futuro produtor da Rockstar Leslie Benzies apareceu com uma ideia que iria mudar tudo.

Como o Dreamcast fez GTA evoluir

Benzies comandava um pequeno grupo de programadores que estava testando uma nova tecnologia 3D. A ideia deles era criar uma cidade totalmente tridimensional na qual o jogador pudesse se mover à vontade.

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A proposta em si não era nova. Como os dois ex-funcionários da DMA revelam, o time de Grand Theft Auto 2 já havia tentado fazer algo assim no game, mas tiveram muita dificuldade de criar esse mundo. E foi quando o Dreamcast entrou em cena para mudar tudo.

De acordo com Alan Jack, eles usaram o devkit do Dreamcast para criar essa cidade 3D totalmente interativa, com veículos e pedestres. Para isso, a equipe misturou elementos de Space Station Silicon Valley com Body Harvest — outro jogo da empresa lançado em 1998.

O resultado foi algo que, até então, a futura Rockstar jamais havia conseguido alcançar. Além da tão comentada liberdade que alçou GTA 3 para o sucesso, a demonstração técnica que eles criaram no console da Sega ainda permitia até mesmo alguns detalhes considerados mínimos, como danos nos veículos quando eles batiam em alguma estrutura.

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De Godzilla a GTA

Diante dessa criação, o fundador da DMA, Dave Jones, ficou bastante empolgado e queria transformar aquela tech demo em um jogo de verdade. E o caminho para isso não poderia ser mais inesperado: a partir do licenciamento do Godzilla, ele queria um jogo que usasse a cidade 3D recém-criada para que o jogador a destruísse por completo.

Como você pode imaginar, a proposta era você controlar o lagarto gigante enquanto andava por aí destruindo prédios e esmagando carros e pessoas pelo caminho. Pode parecer bobo, mas era algo revolucionário para o que os programadores haviam acabado de criar.

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Tudo mudou, porém, quando a Take-Two comprou a DMA em setembro de 1999. Com isso, o estúdio passou por várias mudanças — entre elas, a mudança para Edimburgo e a transformação em Rockstar North. Além disso, eles foram integrados à equipe que anteriormente trabalhou em Grand Theft Auto II e logo foram designados a fazer GTA 3.

Por causa de todo esse histórico, o desenvolvimento de GTA 3 seguiu no Dreamcast por mais algum tempo. Conforme o diretor técnico da Rockstar North, Obbe Vermeij, comentou em seu perfil no X (antigo Twitter), isso durou cerca de quatro meses, quando a empresa decidiu migrar para o PlayStation 2 ao perceber que o Dreamcast não seria comercialmente viável. “Não foi por questões técnicas”, escreveu. “Foi por razões comerciais”.

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E o resto é história. GTA 3 chegou ao PlayStation 2 em outubro de 2001 e foi um ponto de virada tanto para a Rockstar quanto para a própria Sony. O jogo se tornou um sucesso absurdo, abrindo as portas para uma nova geração de títulos de mundo aberto e consolidando o nome Grand Theft Auto como símbolo dessa liberdade toda. 

Até março de 2008, o jogo já havia vendido mais de 14,5 milhões de unidades em todo o mundo. Já o PS2 alcançou a marca de 138,8 milhões de consoles vendidos até julho de 2009 — número que chegou a 160 mi até o fim de seu ciclo de vida. 

O Dreamcast, por outro lado, foi descontinuado em março de 2001, cinco meses antes do lançamento de GTA 3. Ao todo, o console da Sega vendeu 9 milhões de unidades.

Fonte: Time Extension