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Análise do Jogo: Call of Duty: Modern Warfare 3

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Análise do Jogo: Call of Duty: Modern Warfare 3
Análise do Jogo: Call of Duty: Modern Warfare 3

“Mentira é uma questão de perspectiva”. Essa sentença usada especialmente entre diálogos de esquiva políticos é o pano de fundo de Call of Duty: Modern Warfare 3.

Assim como seu antecessor, Modern Warfare 3 explora alguns limites da nossa imaginação em relação a uma possível Terceira Guerra Mundial. Certo de que isso não tem uma previsão certeira para acontecer, nem ao menos sabemos se isso de fato pode se tornar realidade, vimos pela perspectiva dos criadores do game uma escala de destruição absurda e amedrontadora.

Apesar da Sledgehammer Games, principal desenvolvedora do título, procurar fazer desse episódio um dos melhores e mais violentos da franquia até aqui - coisa que de fato acontece - deve ser levado em consideração que o capricho com o roteiro dessa vez foi bem superior aos demais, resultando em uma história bem envolvente.

Ao contrário do que se via com os outros Call of Duty, onde os vilões sempre foram os nazistas, clichês inveterados do asco social, agora os “malfeitores” são os russos. Sim, os vermelhos brutos que querem a todo custo invadir os Estados Unidos e dominar todo império americano sob uma imagem ultra-nacionalista. A diferença de MW3 é que agora a lama - para não falar outra coisa - espirrou para a França, Inglaterra e Alemanha, que também estão sob ostensivos ataques.

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A imagem que se tinha da Alemanha invadindo a França, durante o império do 3º Reich, não chega nem aos pés do que o pessoal da Activision fez com o país do croissant. A devastação é tamanha a ponto de ver a Torre Eiffel virar mais do que uma vítima em potencial. O terrorismo daí não tem limites e as capitais dos países envolvidos viram montes de entulho, enquanto você parte para um gameplay massivo, com a faca nos dentes.

Não há comitê de recepção nem no inicio. Você é jogado no caos, tendo de atirar em alvos distantes, sem tempo para furtividade. O negócio é acionar a scope e matar os oponentes avançando às pressas sem minúcias. Agora, helicópteros dão reforço para os seus alvos e o jogador está frito caso pare para amarrar o sapato.

O realismo do jogo não se deve apenas à engine, alguns detalhes tiveram atenção redobrada e influenciam muito na hora do combate. A dificuldade para enxergar o inimigo é um dos pontos mais complicados do jogo, e esse é um fator extremamente importante, pois apesar da movimentação corrente, alguns espertinhos se usam desse “poder” para ganhar tempo de aproximação, pegando você de jeito com um tiro na cabeça, caso você não fique esperto.

Ao contrário do que acontecia no passado, numa guerra moderna não existe tempo para cavalheirismos e, independente de onde você estiver, aquela faixa invisível de respeito entre um inimigo e outro não existe. Porém, como a galera que troca tiros em FPSs não está muito preocupada com esse ponto, é só atirar em qualquer coisa que se mova.

Mas pera lá. Agora a quantidade de civis nas ruas é maior, ou seja, todo cuidado é pouco, pois matar um inocente lhe rende um checkpoint retroativo. É, nada de fazer ninguém voar pelos ares por diversão. Siga a vida que você perde menos tempo.

Atirar sob um campo gravitacional, quando o avião do presidente que você tem de proteger começa a cair, faz você rever se a sua mira está em dia. Se você assistiu o filme "A Origem" vai saber do que eu estou falando. Caso não tenha visto, o negócio é imaginar você dentro de um ônibus espacial sentando o dedo nos astronautas, enquanto estes revertem tiros na sua direção.

Disturbing Content Notice. Sabe o que isso significa? Tendo noção do peso sobre violência que seu próprio título carrega, a Activision solicitou esse tipo de descrição para jogadores mais, digamos, fracos de estômago. Dalí fica por sua conta e risco assumir as imagens que verá nas horas seguintes. (Sinceramente me pergunto como uma pessoa que joga um game desse não vai apertar “yes” nesse momento, mas ok). Ver inocentes mortos é uma constante e suas ações ficam absolutamente explícitas dado a situação de calamidade.

Ao longo do modo história você também visita Serra Leoa, Moscou e Somália, descritas como sub-fases. Dubai também aparece na sua rota.

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Usar helicópteros como ferramenta de ataque irá te fazer ganhar tempo e espaço de percurso livre. Além de controlar a aeronave, pode-se sinalizar onde soldados inimigos estão espalhados com granadas de fumaça, dando a direção exata dos alvos aos morteiros. Esta é uma forma de ataque importante para quem gosta de pular obstáculos.

Personagens conhecidos da Task Force 141 aparecem novamente: Capitão John "Soap" MacTavish, Capitão Price e o russo Nikolai. Além deles uma gama de novos recrutas são colocados nas missões, além do inimigo número um dessa tormenta, Vladimir Makarov (dublado por Roman Varshavsky).

Sobre a construção gráfica não dá para lamentar nada, pois o game realmente tem seu mérito amparado pelas mãos dos consoles da atual geração. O game é muito bonito e, em HD, sobrepõe-se um realismo fundamental para integração “jogador-soldado”.

A trilha sonora é potente e assinada por Brian Tyler, que trouxe consigo uma orquestra sinfônica tornando-a responsável pelo simbolismo heróico sobre as ações do jogador.

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Multiplayer

O sistema online de MW3 foi elevado. Para quem gosta desse tipo de disputa as coisas chegaram a um nível superior e os bugs que irritavam os jogadores foram resolvidos.

O sistema de recompensas, antes chamados de Killstreaks, agora podem ser chamados de Pointstreaks, pois, ao contrário do que era costume, não serão apenas as mortes que farão a totalização de pontos.

Para quem curte novidades, novos modos foram disponibilizados. Em “Kill Confirmed”, por exemplo, o jogador tem de recolher alguns colares militares (Dog-Tags) de soldados que supostamente ainda não estão mortos, para apenas provar sua captura. No entanto, a equipe adversária pode capturar também os amuletos para que o outro grupo não consiga comprovar nada.

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Além desse, tem o Team Defender, o Infection Mode e o Drop Zone. Todos com objetivos, digamos, um tanto incomuns para quem está acostumado com embates convencionais.

Sob o comentado modo Spec Ops, os participantes terão de enfrentar hordas de soldados inimigos controlados pela Inteligência Artificial. Mas não será sobre um mapa apenas, pois vários serão disponibilizados para deixar a treta fluir.

Para quem está acostumado a viver no mundo dos shooters aproveitando headshots, um desafio: esse modo possui um sistema de dificuldade gradual, no qual inimigos variados se colocarão à sua frente. Desde os grandalhões Juggernauts à cachorros revestidos com C4, pulando direto na sua cara.

Para o que estava sendo esperado, dá para dizer que Call of Duty: Modern Warfare 3 vai deixar os fãs satisfeitos. Bem satisfeitos!

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Gráficos: 9,5

Som: 9,0
Jogabilidade: 9,0
Diversão: 9,5 Nota Geral: 9,5