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NASA digitaliza dados da missão Viking, que pousou em Marte em 1976

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Passados quarenta anos da missão Viking, que pousou pela primeira vez um veículo espacial na superfície de Marte, a NASA decidiu digitalizar os dados do programa que foi a missão mais cara e ambiciosa da agência espacial até julho de 1976. O rover Curiosity, que vem desvendando mistérios sobre o solo marciano, somente foi enviado para o Planeta Vermelho em agosto de 2012.

A maioria dos dados da Viking estão gravados em rolos de microfilme, e esses itens raramente são usados, que dirá acessíveis ao público. Mas da mesma forma que a NASA fez com os dados da Apollo 11 (que levou o homem à Lua em 1969), digitalizando seu conteúdo para aumentar sua acessibilidade, a equipe da agência espacial passa a fazer o mesmo com os dados da Viking.

Alguns dos rolos de microfilme onde estão armazenados os dados coletados pela missão Viking (Reprodução: David Williams)

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Mas se engana quem acha que a NASA só pensou agora em digitalizar (e eternizar) o conteúdo da missão Viking. Na verdade, o projeto começou no ano 2000, quando o cientista especializado em curadoria planetária David Williams recebeu uma ligação com um pedido para que ele acessasse esses dados. Quem ligava era Joseph Miller, um professor de farmacologia na American University of the Caribbean School, que precisava de informações da missão para analisar a possibilidade de haver sinais de vida em Marte. Depois disso, a NASA passou a reconhecer a importância de armazenar essas informações de maneira que seu acesso ficasse fácil.

“Lembro-me de segurar um microfilme em mãos pela primeira vez e pensar ‘nós fizemos este experimento incrível e ele foi deixado de lado’. Se alguma coisa acontecer com isso, nós perderíamos tudo para sempre. Eu não poderia emprestar o microfilme para alguém, pois isso é tudo o que havia [registrado sobre a missão]”, disse Williams. E uma vez que a Curiosity continua coletando informações preciosas sobre Marte enquanto a NASA se prepara para lançar um novo veículo exploratório em 2020, além de planejar uma missão tripulada para o planeta em 2030, dados da pioneira Viking podem se tornar valiosos nesse momento da história.

“Os dados da Viking ainda estão sendo usados após 40 anos”, disse Danny Glavin, diretor-adjunto da Divisão de Exploração do Sistema Solar da NASA. “Isso [digitalizar informações de missões antigas] deve ser feito para a comunidade ter acesso a esses dados. Assim, cientistas daqui a 50 anos poderão analisar essas informações”, concluiu.

O cientista Carl Sagan ao lado de uma reprodução da sonda Viking 2, que pousou na superfície do planeta (Reprodução: Divulgação)

O Programa Viking constituiu de um par de sondas espaciais (Viking 1 e Viking 2), cada um composto por duas partes principais – uma projetada para fotografar a superfície do planeta a partir da órbita, e outra para estudar o solo marciano após o pouso. Enquanto a Viking 1 foi lançada em 20 de agosto e a Viking 2 em 9 de setembro de 1975, os primeiros dados de ambas só começaram a chegar à Terra no ano seguinte. O custo total da missão foi de cerca de 1 bilhão de dólares, e até o início dos anos 2000, a Viking foi a responsável por fornecer a maior parte do conhecimento que temos sobre Marte, nosso vizinho espacial.

Fonte: NASA