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Card games virtuais se consolidam no mercado

Por| 18 de Fevereiro de 2016 às 15h05

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Card games virtuais se consolidam no mercado
Card games virtuais se consolidam no mercado

Hearthstone: World of Warcraft, Magic Online e Pokémon Trading Card Game Online são os modelos mais consolidados de card games virtuais da atualidade, um reflexo dos fãs que já acompanhavam as franquias nos games, no caso do jogo da Blizzard, ou na versão tradicional em papel. Com o crescimento dos E-Sports, o gênero se consolida cada vez mais no âmbito competitivo e alcança novos níveis de entretenimento nas mãos dos produtores de conteúdo audiovisual.

Presentes no mercado mundial desde os anos 90, os card games se consolidaram numa geração que ainda não tinha tanto contato com o entretenimento virtual. Franquias de sucesso da cultura pop ganharam suas versões no jogo, assim fazendo com que os fãs daqueles universos tivessem mais uma forma de se divertir e consumir novos produtos. X-Men, Senhor dos Anéis, Star Wars e Pokémon ganharam formas de estratégia em seus colecionáveis de papel, mas apenas Pikachu e companhia se consolidaram no estilo de jogo, tanto no seu período nas mãos da Wizards of the Coast quanto ao retornar à Nintendo.

Magic: the Gathering foi o primeiro a se estabelecer com força online, seja pelos softwares criados pela comunidade, como o Workstation e o Cockatrice, ou o Magic Online, a plataforma virtual administrada pela Wizards of the Coast. Nela, o player tem o mais próximo da interação de jogo que poderia na vida real, tanto em relação a adquirir cartas, montar decks e participar de campeonatos. No ano passado, foi lançada a versão Magic Duels: Origins, um reflexo evidente do crescimento do Hearthstone, tanto que apresenta conceitos próximos ao game da Blizzard, mesmo que seja bastante lento e limitado até agora.

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O jogador Tulio Lamego Jaudy, 29, é um dos players brasileiros mais populares no Magic Online. Sendo reconhecido pela comunidade por seu desempenho, principalmente pelos profissionais do exterior, ele torna o digital um reflexo do desempenho dos campeonatos em papel. Recentemente, ele venceu o Pro Tour Qualifier Madrid da versão virtual do Magic, o que garante a vaga para participar de um campeonato profissional na capital espanhola em abril. Para isso, muito tempo de treino na frente do computador foi necessário. "De 2006 a 2009 eu gastava cerca de 8 horas diárias. Quando retornei a jogar, apenas em 2014, comecei a empregar 10 horas por dia entre Hearthstone e Magic Online."

Por relacionar-se com os jogos até hoje, tanto em papel como na versão virtual, Tulio consegue enxergar quais são os pontos positivos que cada modelo apresenta. "O grande diferencial do online é a comodidade de jogar em casa, mas ir para uma loja, encontrar a galera, fazer amigos e relacionar-se com outros jogadores é um aspecto que só é possível pessoalmente."

O auditor Vinicius Pupo, 26, mais conhecido no Hearthstone como Coreia, sabe muito bem como é o competitivo do Magic, mas devido aos altos preços que o card game físico tem, ele aderiu ao game da Blizzard sem precisar de gastos extremos. Entretanto, não pretendia se tornar um nome brasileiro relevante no game. "Nunca tive pretensão de chegar aonde cheguei, mas é óbvio que gosto de torneios e ainda mais de ganhar. Desde que fui ao Qualify da Blizzcon, tenho feito o máximo para que o jogo evolua, seja com stream, coach ou ajudando a comunidade", afirma Coreia.

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Mesmo que já tenha conseguido participar de grandes campeonatos de Hearthstone, Coreia ainda enxerga o Magic Online um pouco à frente em relação ao panorama competitivo, mas salienta a evolução da Blizzard no aprimoramento do seu card game. "A criação de formatos é importante, mas falta mesmo uma forma de competir dentro do próprio sistema do jogo e um rank por Arena, mas o caminho tem sido o correto tanto em inovação quanto em novas coleções".

Coreia gasta apenas 3 horas práticas de jogo diariamente para não tornar as jogadas posteriores muito robóticas, mas também assiste a stream e lê artigos para adquirir conhecimento técnico. Tudo isso acompanhado do apoio que recebe de sua equipe. "Até hoje o suporte que a Keyd Stars me deu foi incrível, seja com propaganda, equipamentos, torcida ou investimento".

O crescimento do Hearthstone e até as transmissões dos grandes campeonatos de Magic tornaram a criação de conteúdo por parte dos grandes jogadores e até de caras novas na comunidade uma tendência de sucesso. Alguns fazem a transmissão por stream ensinando conceitos básicos do game, como fazer as jogadas corretas em determinadas situações e até para apresentar ou testar novos baralhos. Enquanto isso, outros criam canais no YouTube com conteúdo mais focado no entretenimento.

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O analista de sistemas Thiago Yamaguchi, 25, criou seu próprio canal com os vídeos de seus jogos no Hearthstone ou argumentando sobre as novidades que a Blizzard anuncia para o card game, mas ainda não aderiu ao stream. "Eu ainda prefiro assistir aos vídeos do YouTube por poder assistir ao meu tempo, pausar, pular ou ver previamente o conteúdo, mas a popularização do jogo pelos streamers é bastante relevante", relata Yamaguchi.

Além de gastar de duas a três horas jogando diariamente, de seis a oito em algumas circunstâncias, ele ainda precisa de tempo para editar e roteirizar os vídeos para o canal. "Quando o vídeo é focado em uma jogada específica ou apenas partidas, eu consigo editar em no máximo 30 minutos. Entretanto, quando o conteúdo requer uma argumentação melhor, preciso pesquisar, roteirizar e fazer uma gravação maior do que o habitual, levando de quatro a oito horas de produção".

Assim como os MOBAs se consolidaram no gosto dos gamers nos últimos anos, os card games têm a tendência de crescimento por causa dos investimentos das desenvolvedoras e do cenário competitivo em ascensão. As empresas só precisam manter o baixo custo que o jogador precisa para se manter jogando, principalmente o Hearthstone, e continuar criando formas interessantes de trazer mais pessoas ao formato competitivo deles.