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Quer começar bem o ano? Veja dicas para ser contratado em tecnologia

Por| Editado por Claudio Yuge | 14 de Janeiro de 2022 às 13h00

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Pexels/Andrea Piacquadio
Pexels/Andrea Piacquadio

Ano novo, emprego novo. É o que devem pensar muitos jovens aspirantes ao mercado de tecnologia da informação (TI) nesta época. Para estar mais apto aos novos desafios, vale prestar atenção a dicas de recrutadores experientes. O Canaltech foi atrás de um deles: Paulo Monçôres, diretor de engenharia da Vtex, empresa especializada em cloud commerce e um unicórnio brasileiro, isto é, com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão.

Sem mais delongas, a principal dica de Monçôres ao candidato à vaga dos sonhos é estudar. Não falamos aqui só do conhecimento universitário ou de cursos privados sobre as suas competências, mas conhecer a fundo os detalhes da vaga e da empresa. Isso é importante não só para ficar mais preparado para a seleção, mas servirá mesmo depois da eventual contratação.

É como se fosse prova do vestibular. É preciso entender a cultura da empresa e o seu processo seletivo, além de usar a figura do recrutador para criar um plano de estudo sobre a empresa e saber tudo sobre ela. Às vezes a gente encontra na seleção pessoas que sobrevivem ao processo, mas que acabam nao tendo êxito [como funcionário] por falta de preparação a essas etapas
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Além de perguntar bastante ao recrutador detalhes sobre a seleção e a empresa, vale a pena fuçar um pouco nos materiais públicos sobre a companhia na internet, como o site oficial, vídeos no YouTube e notícias.

Entrevista de emprego: como me preparar?

Na etapa da entrevista comportamental, é muito importante fazer uma autoanálise e perguntar a si mesmo questões e temas fundamentais para as equipes de recursos humanos:

  • Que exemplos concetros de decisões importantes você tomou na carreira?
  • Em um momento de crise, qual foi a sua resposta e o resultado obtido?
  • O que você faria de diferente em relação a decisões do passado?
  • Você consegue destacar resultados pessoais no trabalho em vez daqueles obtidos com sua equipe? Se sim, quais foram?
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"Olhamos muito se a pessoa tem um mindset de crescimento. O que a gente quer desse profissional é o que está por trás da tomada de decisões dele em situações chave, qual o comportamento dele em relação a isso e o modelo de pensamento dele para chegar a aquilo", descreve Monçôres.

Para seleções em TI, um momento esperado é o de desafio de programação. Vale então se preparar de forma proativa, treinando desafios você mesmo e anotando as etapas previstas para resolvê-los em "baby steps" (passos de bebê), como brinca o executivo.

Como o foco da Vtex é manter uma plataforma de comércio eletrônico com funcionalidades de marketplace e gerenciamento de pedidos, a empresa também contrata pessoas de competências do setor, como vendas e marketing, além de programadores com alguma expertise na área. Neste caso, um desafio desse tipo — e que podem pintar na seleção — seria formatar um sistema que cuide com elementos da cadeia de produção, como controle de estoque, tempo de entrega de encomendas e volume de requisições.

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A pressão do desafio de programação

Em tempos pandêmicos, o desafio de programação já pode ser realizado de forma remota, com o RH compartilhando uma tela e um link para os profissionais tentarem resolvê-lo em tempo real. Mas a dificuldade, seja o teste presencial ou não, sempre é grande. Segundo Monçôres, isso é proposital para entender como pensam os candidatos em situações de pressão.

"Tem muita coisa [nos testes] que eles se frustram e dizem: 'ah, isso nunca vi ser cobrado nas empresas'. Mas nem sempre o objetivo final é meramente resolver o desafio. O recrutador está mais interessado em saber como ele chegou ao resultado. Então o candidato precisa na verdade deixar de forma clara seus pensamentos ao entrevistador, mostrar onde ele travou e o que tentou fazer para avançar."

Anotar e perguntar salário ainda são tabu?

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Outra dica do diretor de engenharia são anotar bastante tudo que foi ou será conversado por você nas entrevistas. "O importante é mostrar habilidade ao articular seus pensamentos. Muitos me perguntam 'posso dar uma olhadinha no caderninho?' Não vejo problema algum nisso", destaca. Por outro lado, ele diz que candidatos inseguros demais ou com dificuldades de se comunicar perdem pontos. "Aqueles que falam muito mas não falam nada", critica.

Ah, e sabe aquele tabu de que não se deve perguntar sobre dinheiro e benefícios nas entrevistas? Monçôres afirma que não é bem assim: vale sim conversar e negociar um pouco já na seleção. "Não podemos ter 'dinheirofobia'. Se você perder a posição [o emprego] porque perguntou, talvez aquele não seja o lugar mais adequado para você", diz ele, alfinetando as empresas que adotam essa prática.