Amazon testa ferramenta de machine learning para compras online
Por Felipe Demartini | 21 de Setembro de 2018 às 14h08
Sistemas de recomendação de produtos de acordo com os gostos e hábitos do usuário não são raros, mas eles normalmente se baseiam no histórico de compras e itens visualizados, métricas pouco precisas e que podem gerar falsos positivos para os lojistas. Foi pensando nisso que a Amazon iniciou os testes do Scout, um sistema que utiliza inteligência artificial, imagens e “joinhas” para entender melhor o que os consumidores estão procurando.
Usando machine learning, a tecnologia transforma a navegação pelos produtos da loja online em uma experiência mais visual e intuitiva, ajudando até mesmo os indecisos a encontrarem aquilo que eles podem nem mesmo saber que querem. Positivos ou negativos são dados aos produtos em diferentes categorias, e essas informações, junto com as já comumente utilizadas, como histórico de pesquisa e compras, são utilizadas para indicar novos produtos e também faixas de preço que soem interessantes aos consumidores.
É uma forma, também, de filtragem. Com a gigantesca quantidade de produtos fornecidos pela própria empresa, mais a lista infindável de parceiros de marketplace, pesquisar produtos pode não ser tarefa das mais intuitivas. Quando não se sabe exatamente o que buscar — digamos que você quer comprar um fogão, mas deseja pesquisar opções e não tem uma ideia específica —, o resultado da pesquisa, normalmente, é uma relação gigante de produtos e pouca ou nenhuma divisão.
De acordo com a Amazon, a tecnologia vem para resolver dois dilemas de seus consumidores, representados pelas frases “não sei o que quero, mas saberei quando encontrar” e “sei o que quero, mas não como se chama”. É, conforme afirma a companhia, “uma nova forma de comprar”, com um aspecto mais visual e menos focado nos termos pesquisados e informações históricas.
Além disso, claro, se trata de uma maneira de impedir a fuga de usuários para o que a gigante do e-commerce chama de “sites de inspiração”. Ao acessar o Pinterest, por exemplo, os consumidores podem visualizar produtos e terem ideias, além de conhecerem modelos específicos. Tais serviços disponibilizam até mesmo links para compra, que nem sempre levam à Amazon, fazendo com que o público, em si, não seja a única coisa fugindo.
A novidade, ainda, parece ser uma evolução de uma plataforma recente lançada pela empresa, chamada de “achados interessantes”. Em uma seção específica do site, produtos curados por especialistas e influenciadores podem ser curtidos ou não em diferentes categorias, com uma espécie de lista personalizada, com aqueles que receberam positivo e também novas indicações, sendo criada para o usuário.
Os testes do Scout estão acontecendo em categorias como cozinha, móveis, decoração, iluminação, sapatos femininos, cama, mesa e banho. Com o tempo, de acordo com a Amazon, mais e mais produtos serão adicionados à lista do experimento, com a prioridade atual sendo os setores de roupas e bolsas.
Além disso, a novidade não está aparecendo para todos os usuários, mas quem acessa a Amazon pelo aplicativo tem mais chance de ver o recurso ativo. De maneira geral, a experiência também pode ser acessada por um link específico, o www.amazon.com/scout.
Fonte: TechCrunch, Amazon