Stephen Hawking e bilionário russo anunciam projeto para encontrar ETs
Por Caio Carvalho |
A busca por vida em outros planetas acaba de ganhar um reforço de peso: ninguém menos que o físico britânico Stephen Hawking, que ajudará o empresário russo de tecnologia, Yuri Milner. A empreitada tem nome, "Breakthrough Initiatives", e foi anunciada em Londres, na Inglaterra, nesta segunda-feira (20).
A parceria tem como principal objetivo responder uma das perguntas que mais intriga a humanidade: estamos sozinhos no universo? Com um investimento de US$ 100 milhões e duração de dez anos, a iniciativa vai ajudar os pesquisadores a estudar de forma mais apurada o espaço sideral e identificar possíveis indícios de vida extraterrestre. Para tal, os cientistas irão vasculhar o equivalente a um bilhão de estrelas próximas da Terra, além de 100 galáxias fora da Via Láctea.
"Em um universo infinito deve haver outras ocorrências de vida. Ou será que nossas estrelas vagam em um universo sem vida? De qualquer forma, não há dúvida maior", indagou Hawking, que atuará como "líder ideológico" do programa.
Da quantia total revelada pelo bilionário russo, um terço será usado para garantir a infraestrutura necessária para as pesquisas, incluindo a construção de novos equipamentos, manutenção de máquinas e contratação de astrônomos. Já o restante do dinheiro será destinado ao aluguel de dois dos maiores radiotelescópios do mundo: o Telescópio Robert C. Byrd Green Bank, na Virgínia Ocidental (EUA); e o Telescópio Csiro Parkes, em Nova Gales do Sul, na Austrália.
De acordo com Milner, graças ao investimento, os pesquisadores, que já possuem um tempo limitado de observação nesses gigantescos telescópios, terão a partir de agora mais liberdade para procurar por vida fora da Terra usando os equipamentos. Inicialmente, os profissionais farão buscas por sinais eletromagnéticos que podem ter sido enviados por extraterrestres e não por formas ou componentes que indiquem a existência de vida em determinado local do universo - como a detecção de água e oxigênio, por exemplo.
Milner ainda declarou que o projeto será dez vezes maior do que iniciativas anteriores com o mesmo objetivo e que poderá processar dados a uma velocidade cem vezes superior. A equipe já conta com grandes nomes da comunidade científica, entre eles Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia, um astrônomo responsável pela descoberta de alguns exoplanetas; Peter Worden, ex-diretor do Laboratório de Pesquisa Ames, da NASA, o centro que comanda a sonda Kepler; e Ann Druyan, viúva do cientista Carl Sagan e coautora da série Cosmos.
Há ainda Frank Drake, astrofísico que fundou o programa "Search for Extraterrestrial Intelligence" (SETI) e pioneiro da pesquisa por sinais de vida fora do nosso planeta. Drake construiu o primeiro centro de observação que tentou se comunicar com alienígenas, ainda na década de 1960. Ele também é o criador da chamada Equação de Drake, que estima o número de sociedades extraterrestres que podem ser detectadas.
Yuri Milner (à esquerda) e Stephen Hawking no Royal Society, em Londres, nesta segunda-feira. (Foto: Tom Jamleson/The New York Times)
Além do "Breakthrough Initiatives", Milner, que ficou conhecido por ser um dos primeiros investidores do Twitter e do Facebook, anunciou uma competição que vai distribuir US$ 1 milhão em prêmios para usuários que elaborarem mensagens que possam ser enviadas aos alienígenas.
"Há três anos, a Voyager 1 abraçou o Sol e entrou no espaço interestelar. O século 20 será lembrado pelas viagens dentro do sistema solar. Com cooperação e compromisso, o século atual será o momento em que foi possível formar uma escala galáctica, procurar outras formas de vida e com isso conhecer mais profundamente quem somos", afirmou o executivo russo. "Nunca houve um melhor momento para um esforço internacional e em grande escala para encontrar vida no universo. Como uma civilização, devemos isso a nós mesmos, dedicando tempo, recursos e paixão por este objetivo".
Assista no vídeo abaixo ao anúncio do "Breakthrough Initiatives" feito por Stephen Hawking:
Fontes: The New York Times, Business Insider