Cientistas encontram borboletas com sinais de mutação na região de Fukushima
Por Fernanda Morales | 15 de Agosto de 2012 às 15h19
Cientistas encontraram sinais de mutação em borboletas na região de Fukushima, no Japão. As alterações nas antenas e asas dos animais se deve à exposição a radiação depois da usina de energia nuclear ter sido afetada por terremotos e por um tsunami em março de 2011.
Os resultados de contaminação por exposição à radiação nos insetos foi comprovada com testes em laboratório, afirmam os pesquisadores.
De acordo com a BBC, dois meses antes do acidente nuclear, pesquisadores recolheram 144 amostras de borboletas pálidas (Zizeeria Maha) de dez localidades diferentes no Japão, incluindo a região da usina nuclear. Ao comparar as mutações encontradas nos insetos em diferentes áreas, a equipe descobriu que as criadas em espaços com maior quantidade de radiação no ambiente estavam com asas muito pequenas e olhos irregularmente desenvolvidos.
"Sempre se acreditou que os insetos eram muito resistentes à radiação", afirmou o pesquisador Joji Otaki, da Universidade de RyuKyus. "Nesse sentido, nossos resultados foram inesperados".
A equipe do pesquisador Otaki criou em cativeiro, a mais de 1.750 quilômetros de distância de Fukushima, a mesma espécie de borboletas. Com base nisso, eles puderam observar as modificações na formação das amostras encontradas na região do acidente com antenas mal formadas, o que dificulta a comunicação e busca por parceiros.
Depois de seis meses, novas amostras de insetos adultos foram coletadas nas mesmas áreas e as borboletas de Fukushima registraram praticamente o dobro do número de mutações encontradas nas borboletas que foram capturadas logo após o acidente.
Os pesquisadores concluíram que as mutações podem ser o reflexo de consumo de alimentos contaminados pela radiação, mas também da genética dos pais passada para a próxima geração. O grupo estuda esta espécie de borboleta há mais de 10 anos e acredita que suas conclusões podem servir como um 'indicador ambiental' das modificações que ocorreram e ainda vão ocorrer depois do acidente nuclear.
A descoberta dos pesquisadores será utilizada como um 'indicador ambiental' depois do acidente nuclear