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7 lições da Netshoes sobre empreendedorismo

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7 lições da Netshoes sobre empreendedorismo
7 lições da Netshoes sobre empreendedorismo

A Netshoes é um caso de sucesso nacional. A loja é o primeiro e-commerce brasileiro a abrir capital nos Estados Unidos e é a maior loja virtual de artigos esportivos da América Latina. Por aqui, garante 40,3% da fatia do mercado de vestuários e calçados. Em 2016, ano de recessão, conseguiu a façanha de fechar mais de 10 milhões de pedidos e comemorar um aumento de 20,8% em relação a 2015. E hoje se aproveita de um faturamento na casa dos R$ 2 bilhões. 

Por estas e outras que a história da Netshoes virou livro e traz na narrativa alguns insights importantes para quem pretende se arriscar no universo digital. Confira abaixo as sete lições tiradas do livro "Sem Limites - A História da Netshoes"

1. O medo é a essência do negócio. Nem só de coragem vive o empreendedor. A história da Netshoes revela o medo como um atributo valioso, a força que os movia nos primeiros meses da loja. Naquele contexto, mais do que prosperar, era preciso sobreviver – e o medo de fracassar fazia com que os sócios Marcio Kumruian e Hagop Chabab passassem horas do dia planejando e discutindo as melhores estratégias para encontrar a melhor equação que fizesse girar o estoque. O medo era o sentimento que os mantinha alertas e que os impulsionou em direção ao sucesso.

2. Se cair, levante. E, de fato, a Netshoes levou um tombo em sua trajetória – o que não a impediu de levantar, corrigir a rota e retomar a trilha que a levou a se tornar o maior e-commerce de artigos esportivos da América Latina. O tombo de maior impacto ocorreu quando a marca decidiu inaugurar a sua segunda loja física num grande shopping center de São Paulo, em decisão mais emocional do que racional, num impulso despertado pela oportunidade apresentada. A empreitada não durou nem um semestre inteiro, mas serviu como aprendizado para a compreensão de que o ímpeto visionário, muitas vezes, precisa ser equilibrado por uma visão mais holística dos processos na hora de tomar decisões.

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3. (Muita!) Atenção às tendências. Da malsucedida ideia de expansão (item 2, acima), veio o clique – que mais tarde se tornaria literal, multiplicado por milhões. No Brasil do início do século 21, competir com grandes redes calçadistas de lojas físicas, com grade de produtos muito mais ampla, era um desafio difícil de mensurar. Nesse cenário, a internet era a que melhor se apresentava como alternativa para começar a competir com os grandes do setor. ANetshoes pagou para ver.

4. Da dificuldade nasce a oportunidade. A internet, no começo, se apresentava – para a Netshoes - como um negócio paralelo à loja física. O ponto de venda físico era num terreno alugado pelos Chabab (onde também operavam um estacionamento), mas o proprietário pediu o imóvel de volta e trocar a Netshoes de ponto, naquele momento, não se encaixava como alternativa. Mas a internet, sim. No fim de 2005, os sócios começaram a direcionar todos os esforços para a migração completa  para o digital. A loja física tinha data para acabar e, em março de 2007, a Netshoes passou a operar 100% online.

5. Mantenha por perto quem está disposto a crescer com você. Parece óbvio (e é) que a definição dos sócios numa empreitada é fundamental para a sobrevivência do negócio. Só que este é o caso em que o óbvio não é simples – e, para a felicidade da Netshoes, os seus sócios, Marcio Kumruian e Hagop Chabab, formaram uma liga perfeita no objetivo de fazer a loja prosperar. Eram os pesos iguais de cada lado da balança – de um lado a emoção, do outro a razão. Mas é impossível criar um negócio desse tamanho sem apoio. Na história de crescimento da Netshoes, Marcio e Hagop contaram desde o início com Marcinho e Tchelo, os irmãos Chammas, colaboradores número 1 e 2 da empresa e que – custa crer, passados 17 anos da fundação – estão até hoje trabalhando no e-commerce. Uma história real, prova de que se cercar de pessoas que compartilham o mesmo sonho que você é fundamental ao decidir empreender.

6. Racionalize – mas sempre com uma dose de intuição. Em 2009 – já há dois anos operando 100% online –, aNetshoes recebeu o primeiro aporte financeiro de um fundo de investimento que veio a se tornar sócio da empresa. Na mesa, duas propostas de fundos norte-americanos – ambos tendo feito os primeiros contatos por telefone. Parecia inacreditável que a lojinha nos fundos de uma garagem, que virou totalmente a chave para o mundo digital, despertasse o interesse de capital estrangeiro. Era preciso definir o valor da Netshoes, em movimento que daria amplo fôlego para traçar os novos rumos da empresa, e fazer a escolha entre os dois fundos: o de abordagem mais agressiva, com oferta superior, ou o mais acolhedor? Não era uma decisão simples – afinal, a empresa ganharia um novo sócio. Com tantos cifrões em jogo, a voz da intuição também precisava ser ouvida.

7. Acredite – e persista – no seu sonho. Ser resiliente para levantar dos tombos que levar. Antever e investir em tendências. Cercar-se de pessoas que compartilham o ideal de fazer a empreitada crescer. Tomar decisões essencialmente racionais, sem deixar de intuir. Se a história da Netshoes permite esses ensinamentos na arte de empreender, o motor principal é ter bem definido o seu propósito, muitas vezes traduzidos em sonhos, e persistir nele. Ao receber o primeiro aporte, Marcio Kumruian começou a dar vazão ao sonho de fazer da Netshoes o maior e-commerce de artigos esportivos do mundo. Este reconhecimento não demorou e veio – em 2012 - de um site internacional, referência em análise do varejo eletrônico.

De São Paulo para Wall Street: a breve história da Netshoes

Aos 17 anos, Marcio Kumruian começou a trabalhar no centro de São Paulo, na loja Clóvis Calçados. Aos 25 decidiu abrir seu próprio negócio usando parte do estacionamento do seu tio como base para vender sapatos. Em pouco tempo, o comércio que nasceu sem grandes pretensões na frente do Mackenzie se transformou em uma rede de dez lojas com um site para vendas virtuais.

Até que Marcio, aos 32 anos, decidiu mudar tudo. Ao lado de seu sócio e primo, Hagop Chabab, ele vendeu as lojas físicas para apostar em um e-commerce. Quatro anos depois, com a internet brasileira conquistada, resolveu desbravar outros mercados e partiu para a Argentina e o México.

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No ano seguinte, comemorou a marca de R$ 1 bilhão em faturamento pela primeira vez, e em abril deste ano deu o mais importante salto: abriu o capital da Netshoes nos Estados Unidos, um movimento inédito para um e-commerce brasileiro. 

Com informações da Época Negócios e Netshoes